O prazo venceu e Copasa, BH e Contagem ainda não apresentaram plano para despoluir Lagoa da Pampulha

Clara Mariz
@clara_mariz
27/12/2021 às 21:23.
Atualizado em 29/12/2021 às 00:37
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

Um dos principais cartões postais de Belo Horizonte e Patrimônio Mundial de Paisagismo Cultural da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Lagoa da Pampulha agoniza. O mau cheiro incomoda os visitantes e o espelho d´água apresenta um tom esverdeado anormal, em alguns pontos. 

Em setembro deste ano, representantes das prefeituras de Belo Horizonte, Contagem e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) se reuniram para discutir estratégias para a despoluição da lagoa. Durante a reunião ficou decidido que um plano de trabalho para a solução do problema seria apresentado em novembro, mas o documento ainda não ficou pronto. 

Procurada, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura afirmou que o texto apresentado pela Copasa está em processo de revisão, tendo em vista a análise da prefeitura da capital de questões apresentadas durante o processo.

Durante a reunião de setembro, o secretário de Obras de BH, Josué Valadão, afirmou que a companhia  apresentou um diagnóstico geral da situação dos córregos que chegam à Lagoa da Pampulha, que sofrem com problemas de esgotamento sanitário. “Esse diagnóstico já está concluído, está estratificado, dividido em vários tipos de problemas. A reunião foi no sentido de reunir esforços da Copasa com a Prefeitura de Belo Horizonte e a Prefeitura de Contagem para ter um plano de trabalho concreto, factível”, disse.

Limpeza  

A Superintendência de Desenvolvimentos de BH (Sudecap) informou que faz diariamente a limpeza do espelho d’água da Lagoa da Pampulha. Em média, no período de estiagem, cerca de cinco toneladas de lixo flutuante são recolhidos; já durante o período chuvoso, pelo qual passamos neste fim de ano, o valor duplica, chegando a até dez toneladas. 

Além disso, a PBH explicou que a coloração esverdeada da água é reflexo do fenômeno conhecido como eutrofização, um processo que ocorre quando um corpo d’água recebe uma grande quantidade de rejeitos com matéria orgânica enriquecida de minerais e nutrientes, o que induz ao crescimento excessivo de algas. 

“A Sudecap esclarece que esse processo de eutrofização vem sendo revertido com a execução do contrato de prestação dos serviços de recuperação da qualidade da água da Lagoa da Pampulha. O intenso período chuvoso propiciou uma piora prevista na qualidade das águas afluentes à Lagoa, pois "lava" a bacia hidrográfica e lança toda a poluição difusa para dentro da represa”, explicou a superintendência por meio de nota.

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