Obras de construção de casas para atingidos por barragem em Mariana começam neste ano, afirma Renova

Da Redação
14/03/2019 às 18:36.
Atualizado em 05/09/2021 às 17:48
 (Léo Rodrigues/ Agência Brasil )

(Léo Rodrigues/ Agência Brasil )

Após mais de três anos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na região Central de Minas, a Fundação Renova, criada para administrar as indenizações e reassentamentos dos atingidos, estima o início da construção das casas para os desabrigados no meio deste ano.

Nesta quinta-feira (14), o diretor-presidente da Fundação Renova, Roberto Waack, fez um balanço do que foi feito ao longo desse período e o que ainda precisa ser feito. Segundo Waak, no reassentamento, que inclui três vilas e propriedades independentes, serão investidos cerca de R$ 250 milhões, usados principalmente na construção das casas. “Os terrenos já foram adquiridos, os planos diretores já foram desenhados. Então, agora, se inicia efetivamente a construção das casas”, explica.

O balanço ocorre após a determinação da Justiça de que a Vale e a BHP finalizem o reassentamento dos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão até 27 de agosto de 2020. A multa diária, em caso de descumprimento do prazo, foi fixada em R$ 1 milhão.

Questionado sobre a data limite, Waak afirmou que esse prazo vai ser cumprido. Ele alegou que a previsão original do termo de Ajustamento de Conduta, que era 2019, foi revista pela complexidade para finalizar o Plano Diretor.

Meio Ambiente: desafio é reativar usina de Candonga

“O grande desafio ainda é saber o que fazer com o rejeito que ficou retido em Candoga”, falou o diretor-presidente sobre a usina Hidrelétrica Risoleta Neves, também conhecida por Candonga, instalada no rio Doce, e que foi atingida pela inundação de lama de rejeitos da mineradora Samarco.

Segundo ele, o desenho de engenharia da usina é um desenho muito complexo, mas a expectativa é que ela volte a operar no ano que vem. "Têm algumas atividades que têm se mostrado funcionais como três barramentos metálicos. E finalmente se encontrou uma solução de engenharia para a drenagem profunda da lama que está antes da barragem e que faz com que a usina não possa retomar sua atividade. A gente tem bastante segurança que ela possa voltar a operar em 2020", explicou

Ainda segundo Waak, estão em andamento trabalhos de revegetação das margens de afluentes, monitoramento da água, estações de tratamento de água e a construção de uma grande adutora em Governador Valadres que deve começar em 2019. 

Indenizações

O diretor-presidente da Renova disse que está em fase de finalização cerca de mil cadastros para que as indenizações sejam pagas ainda no primeiro semestre de 2019. “O processo de indenização de Mariana foi mais complexo. Ele teve que resultar numa Ação Civil Pública, que definiu mais de 80 itens. Eu acho que é um processo rico, robusto, que envolve assessoria técnica no próprio cadastro, por isso que leva mais tempo. Mas felizmente essa fase de desenho já foi superada”, afirmou.

Quanto aos pescadores, Waak disse que  9 mil profissionais formais já receberam a indenização. Já aqueles "de ofício", que não possuem documentação, ainda estão sendo cadastrados. Os trabalhos devem terminar no meio deste ano. Com relação às pessoas que pescavam para comer ou sem uma periodicidade, o cadastro se estende até o fim do ano devido à dificuldade de indentificá-las, segundo Waak.

Relembre

No dia 5 de novembro de 2015, a barragem de Fundão da Samarco se rompeu e um mar de lama destruiu casas, poluiu rios em Minas e no Espírito Santo e matou 19 pessoas.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por