Obras para retomar a captação no Paraopeba começam em setembro, mas racionamento não está descartado

Simon Nascimento
04/07/2019 às 18:26.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:24
 (Flávio Tavares/Arquivo Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Arquivo Hoje em Dia)

As obras que vão permitir a retomada da captação de água do rio Paraopeba, em Brumadinho, estão previstas para começar entre setembro e outubro deste ano. Segundo a Copasa, o projeto de concepção da intervenção está em fase de conclusão. A planta prevê que a captação ocorra em um trecho do manancial acima da área atingida pelos rejeitos de minério. Apesar da expectativa de término da obra em setembro do ano que vem, a Copasa não descarta a necessidade de racionamento.

"Se registrarmos uma situação de escassez como em 2014 e 2015, há um risco de campanhas para racionamento e rodízio”, pontuou o diretor de Operações Metropolitanas da Copasa, Rômulo Perilli, ao garantir que não há risco de desabastecimento.

Até janeiro do ano que vem, segundo o diretor, a Copasa deve apresentar um novo estudo apontando para necessidade ou não de racionamento de água na Grande BH. As obras de captação no Rio Paraopeba também são acompanhadas pela Advocacia Geral do Estado e pelo Ministério Público de Minas Gerais. 

“Apesar do prazo em setembro, nós estamos fazendo um grande esforço para que consigamos bombear água para a estação de tratamento Rio Manso em junho”, adiantou Perilli.

Funcionamento

Após a obra, o recurso hídrico será bombeado para a Estação de Tratamento Rio Manso e, de lá, abastecerá Belo Horizonte e região metropolitana.. Nesta quinta-feira (4), diretores do projeto prestaram depoimento na CPI das Barragens, instaurada na Câmara Municipal de BH, após o colapso da barragem da Vale em Brumadinho.

O gestor informou que todo o levantamento topográfico da obra foi realizado. Os próximos passos, segundo ele, são as desapropriações, concessões de licenças ambientais e a publicação de decretos apontando a utilidade pública do projeto. “As desapropriações não impactam áreas de habitação, mas sim áreas rurais, em que serão implantadas a base de captação e a adutora. Todos os custos com essas desapropriações serão arcados pela Vale”, apontou Perilli.

Desde o rompimento da barragem da Vale, em 25 de janeiro, a população que dependia da água distribuída pelo rio tem sido abastecida pelos reservatórios Vargem das Flores, Rio Manso e Serra Azul, conhecidos como reservas do Paraopeba.

O que diz a mineradora

Procurada pela reportagem, a Vale informou que vem mantendo reuniões periódicas com a concessionaria e demais autoridades para discutir as medidas necessárias à continuidade do abastecimento nos municípios afetados, as quais vem sendo implementadas desde o ocorrido. "Sobre o sistema de captação de água no Rio Paraopeba, a Vale informa que apresentou ao juízo da 6ª Vara da Fazenda Estadual e à Copasa um cronograma para realização dos projetos e implantação de um sistema de captação de água no rio a 12 km a montante da área da barragem B1. O detalhamento do projeto já está em avanço com a Copasa", informou a empresa, em nota.

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