Obras viárias no Belvedere ficam travadas pela burocracia

Raquel Ramos - Hoje em Dia
23/04/2014 às 07:41.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:15
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Cinco anos após o anúncio de um conjunto de obras viárias capaz de desafogar o trânsito no Belvedere e melhorar o acesso a Nova Lima, parte do projeto que está sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ainda não tem data para sair do papel. A burocracia para liberação de documentos e verbas atrasa o início das intervenções, fazendo moradores da região reféns de congestionamentos diários no local.

Do projeto inicial, nomeado de Complexo Viário Sul, só foi concluída a construção de uma alça ligando a BR-356 à rodovia MG-030 no sentido Rio de Janeiro/Nova Lima e de uma trincheira para atender os carros que saíam de Nova Lima em direção à Savassi. As obras foram assumidas por instituições privadas como forma de medida de compensação e mitigação pelo intenso processo de construção civil na área.

Por outro lado, a intervenção que depende do poder público – dois viadutos unindo os trechos estadual e federal, sentido Savassi/Nova Lima e Nova Lima/Rio – está totalmente parada. O projeto foi finalizado, garante o Dnit, mas aguarda liberação de verba federal.

Embora a demanda já tenha sido apresentada ao Ministério dos Transportes, o dinheiro não está previsto no orçamento da União deste ano, inviabilizando o início das construções.

Em um desencontro de informações, porém, o deputado Fred Costa lembrou que, em 2013, os recursos foram garantidos pelo governo estadual. “Em uma reunião, o governador Antonio Anastasia assinou contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte, prometendo R$ 13 milhões para serem aplicados no viaduto de transposição na BR-356. Nove meses após a assinatura do convênio, não houve nenhum avanço”, lembrou.

Segundo a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, o dinheiro só será liberado após a Prefeitura de BH enviar as documentações exigidas em contrato. Vice-presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia, Clemenceau Chiabi Saliba Júnior disse que a menor burocracia do setor privado agiliza o andamento das obras. “Eles só dependem de dinheiro. Ainda assim, do ponto de vista técnico, uma intervenção como essa, de baixa a média complexidade, já deveria ter sido executada há muito tempo. Um atraso de tantos anos é injustificável para esse caso”, observou.

Uma demanda antiga

Presidente da Associação dos Amigos do Belvedere, Ubirajara Pires afirmou que as obras do Complexo Viário Sul são uma dívida do poder público com os moradores da região. “É uma demanda antiga, urgente e que já chegará com defasagens”, afirmou.

A pedido do deputado Fred Costa, uma audiência pública seria realizada na última terça-feira (22) na Assembleia Legislativa para discutir o assunto. A reunião foi cancelada pela ausência de representantes dos órgãos públicos. O deputado afirmou que conversará pessoalmente com o governador Alberto Pinto Coelho nos próximos dias.

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