Operação "Alferes Tiradentes" termina com saldo de 576 pessoas detidas em Minas

Danilo Emerich – Hoje em Dia
01/05/2015 às 12:37.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:51
 (Polícia Militar / Divulgação)

(Polícia Militar / Divulgação)

A segunda edição da maior operação policial já realizada em Minas Gerais terminou com 576 pessoas detidas, entre 477 presos e 99 menores apreendidos. A ação batizada agora de “Alferes Tiradentes” foi desencadeada nesta quinta-feira (30) e durou 24h, em todas as 853 cidades de Minas Gerais. O balanço total da ação foi divulgado na manhã desta sexta-feira (1º). A fiscalização prosseguirá agora, até segunda-feira (4), com a operação “Minas em Segurança”.   Mais de 35 mil policiais participaram da ação que cumpriu 462 mandados de prisão e busca e apreensão, além de executar 2.492 operações. Durante a “Alferes Tiradentes”, a PM apreendeu 223 armas de fogo (destaque para uma submetralhadora de fabricação italiana), 39 armas brancas, 697 veículos, R$ 213.755,77 em dinheiro, 14,1 kg de maconha, 4,3 kg de crack, 6,2 kg de cocaína e 2.315 munição.   Segundo o chefe da assessoria de imprensa da Polícia Militar, major Gilmar Luciano, a realização da nova operação foi motivada para repetir o sucesso da ação batizada de “Evidência”, realizada em 26 de março deste ano. O militar disse que ficou claro que, mesmo após a primeira intervenção, a entrada de armas e drogas em Minas continuou, principalmente após a apreensão de 14 mil pinos de cocaína em Belo Horizonte na última semana.   “O número de armas de fogo apreendidas é superior a primeira ação. Esse número chama a atenção. Está muito reincidente a presença delas em Minas Gerais, o que evidência a facilidade da entrada no Brasil de armas. As modalidades criminosas de assalto, latrocínio e homicídio são realizados, em mais de 90% dos casos, com o emprego de arma de fogo. Quando a PM retira, há um mês atrás, 148 armas, e agora 223, praticamente, em grande parte, o potencial ofensivo de homicidas, latrocidas e assaltantes”, afirma o major.   O destaque para o número de prisões durante ação foi para a região do Vale do Aço, que pela segunda vez, teve o maior número de pessoas detidas. Dos 477 presos, 120 foram em Ipatinga e cidades vizinhas. “A explicação é pela intensa circulação de pessoas rumo ao Espírito Santo e Bahia, além da produção de minério, que resulta da contratação de indivíduos oriundas de todo o Brasil, algumas trazendo consigo as mazelas, como crimes”, afirmou o major.   Reincidência   O major Gilmar criticou a possibilidade de muitos dos detidos nas duas megaoperações da PM ganhar a liberdade imediatamente, por ordem do Judiciário. Ele informou que é preciso uma revisão da legislação penal.   “Juntando as duas operações tivemos cerca de mil pessoas presas em um lapso de 35 dias. É preciso rever, emergencialmente, a legislação penal. Esse número de pessoas está demonstrando a percepção de impunidade do criminoso. Eles estão se sentindo a vontade para traficar, assaltar e matar. Com a sensação que sendo presos pela Polícia Militar a legislação vai proporcionar uma saída rápida para a rua”, declarou o militar.   O major ainda diz que só desta forma os detidos continuarão presos. “Não dá mais para enxugar gelo. A PM prende e a legislação permite vários benefícios, como livramento condicional, progressão de regime, Habeas Corpus, dentro outros recursos jurídicos, que tem favorecido, cada vez mais, a ação delinquente, não só em Minas, mas no Brasil inteiro”, desabafou.   Quanto a possíveis pessoas que teriam sido presas na primeira operação, a “Evidência”, o major informou que o dado só é possível ser oferecido pela polícia judiciária.   Próximos passos   Após a ação, a fiscalização será estendida até a próxima segunda-feira, com a operação “Minas em Segurança”.   Os trabalhos serão focados no combate ao tráfico de drogas, batidas policiais e também com ações nas rodovias, com a observação de itens de segurança e documentação dos veículos. O objetivo é aumentar a segurança durante o feriado do Dia do Trabalhador e fim de semana. Folgas de militares foram suspensas para executar a “Minas em Segurança”.   Segundo o major Luciano, grandes ações semelhantes como a “Evidência” e a “Alferes Tiradentes” devem se repetir por várias vezes em Minas.   Foto: Polícia Militar / Divulgação

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