Operação Canaã investiga trabalho escravo em "seita religiosa" no Sul de Minas

Rosildo Mendes - Hoje em Dia
23/04/2013 às 12:41.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:04

A Polícia Federal, com apoio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), deflagrou, na manhã desta terça-feira (23), uma operação de combate ao trabalho escravo na região Sul de Minas Gearais. Denominada “Operação Canaã”, os agentes e ficais fiscalizarão fazendas e estabelecimentos comerciais da seita religiosa denominada “Jesus a Verdade que Marca” que atua nas cidades de Minduri, Andrelândia, Madre de Deus e São Vicente de Minas, ambas na mesma região.

Segundo a PF, os líderes da seita são investigados por supostamente utilizarem seus seguidores para trabalho ilegal em fazendas e comércios. A seita atuava no interior do Estado de São Paulo e, em 2005, mudou-se para Minas Gerais.

Relato de pessoas que faziam parte do grupo mencionam que os integrantes são obrigados a venderem todos os seus bens materiais (móveis e imóveis) e em seguida doam o dinheiro para os lideres do grupo para fim de “viverem isolados e desprendidos dos bens materiais, onde tudo é de todos”.

Investigações realizadas pela PF apontaram que os integrantes da Seita circulam em veículos luxuosos, mantêm profunda doutrinação religiosa de seus adeptos, submetendo-os a exaustivas jornadas de trabalho, recebendo em troca somente alimentação.

Conforme a PF, se constatada situação de trabalho escravo ou degradante, as pessoas responderão pelo crime capitulado no art. 149 do Código Penal Brasileiro com pena de reclusão de dois a oito anos e multa.

Participam da Operação 90 servidores públicos; 82 policiais federais e sete fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego e um membro do Ministério Público do Trabalho.
 


 

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