Operação identifica suspeito de chefiar tráfico de drogas e prende integrantes do PCC em Minas

Simon Nascimento
09/08/2019 às 11:48.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:55
 (Simon Nascimento)

(Simon Nascimento)

Seis pessoas foram presas em Minas Gerais suspeitas de integrar núcleo do Primeiro Comando da Capital (PCC) responsável por traficar drogas. Além do grupo, um homem que está preso em Uberaba, no Triângulo Mineiro, foi apontado como responsável por chefiar a comercialização de entorpecentes no Estado. 

As informações foram apresentadas pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (9), como resultado da operação “Caixa-Forte”, deflagrada na manhã desta sexta-feira (9) pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO). 

A força-tarefa trabalhou em 18 cidades de Minas, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Os policiais envolvidos prenderam 34 pessoas, bloquearam 45 contas bancárias usadas para lavar dinheiro e cumpriram 48 ordens de busca e apreensão. Os trabalhos de apuração começaram há um ano e identificaram um lucro de R$ 7 milhões com a venda de drogas em todo o país. 

Segundo Alexsander Oliveira, delegado da Polícia Federal e coordenador do FICCO, o homem preso em Uberaba era o responsável por comandar, em Minas, o setor do PCC chamado “Geral do Progresso”. O núcleo é o responsável pelo tráfico de drogas na facção. "Ele era o chefe máximo do PCC em Minas Gerais. De dentro da cadeia ele coordenava distribuição de drogas para os membros do PCC, que faziam a distribuição nas ruas”, explicou. 

Entretanto, os outros seis presos tinham relações pessoais com o homem. Essas pessoas, segundo a PF, forneciam as contas bancárias para que o dinheiro arrecadado com o tráfico fosse lavado. “Esses valores eram depositados nas contas em pequenas quantidades, que antes de chegar ao montante de R$ 10 mil reais, eram sacados em terminais eletrônicos sem a identificação do sacador, ou transferidos para outras contas até que esse dinheiro chegasse à sintonia final do PCC”, explicou o delegado. 

A “sintonia final”, conforme Oliveira, seria a direção geral da quadrilha. O método utilizado de fracionar os depósitos era realizado em todo o Brasil. Deste modo, os criminosos impediam que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) identificasse as transações. Assim como o homem apontado líder da venda de drogas no estado, os outros seis presos também estavam em Uberaba.

Anderson Damasceno, chefe substituto da sessão de operações da Polícia Rodoviária Federal em Minas, explicou que o Triângulo Mineiro é importante rota para a circulação de entorpecentes que abastecem Rio de Janeiro e São Paulo. Ele adiantou que a corporação deve, nos próximos meses, implantar um canil para atender a região, auxiliando na localização de drogas que possam estar escondidas em carros, ônibus e caminhões. 

"A comunicação entre eles por redes sociais, facilita muito a movimentação da droga em nível nacional e internacional. Mas o principal empecilho pra gente continua sendo o efetivo. Um investimento maior em efetivo com certeza vai ter um resultado bem maior em apreensões", acredita. 

Investigação 

Os trabalhos da operação identificaram ainda que um homem, do Paraná, era responsável por realizar toda a contabilidade relacionada ao tráfico de drogas pelo PCC em âmbito nacional e internacional. Alexsander Oliveira explicou que o suspeito está preso atualmente e, usando celulares, ele fornecia a outros integrantes da quadrilha as contas bancárias em que os depósitos deveriam ser realizados. “Posteriormente ele recebia as mensagens com fotos comprovando os depósitos, fazia a conferência e montava uma tabela em papel que era repassada a outros integrantes para a digitalização dos valores”, explicou. 

Só nas 45 contas que foram bloqueadas, a operação identificou um lucro de R$ 7 milhões da quadrilha no último ano com a venda de drogas. Entretanto, o valor total arrecadado pelos criminosos é maior, pois, “centenas de contas são utilizadas” no esquema. Atualmente, a Polícia Federal estima que o PCC atua nos 26 Estados da federação, além da presença em outros países. A facção movimenta semanalmente, só com a venda de cocaína, R$ 5 milhões em todo o Brasil. Em Minas Gerais, cerca de 2.400 criminosos fazem parte do PCC, garantiu a corporação. 

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