Operação recupera 18 veículos roubados em estacionamento de BH

Ricardo Rodrigues – Hoje em Dia
02/07/2015 às 15:58.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:44
 (Frederico Haikal / Hoje em Dia)

(Frederico Haikal / Hoje em Dia)

Avenida do Contorno 4.719. Neste endereço acima de qualquer suspeita no bairro Funcionários, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, ladeado pelos prédios do Hospital Life Center e do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), funcionava um estacionamento com mil vagas onde a Polícia Civil apreendeu 18 veículos no final da manhã desta quinta-feira (2).    Os automóveis, a maioria de luxo, teriam sido roubados na capital e na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por uma quadrilha chefiada pelo estelionatório Fernando Marques Mariotto, de 39 anos. "É o maior esquema de roubo, furto e clonagem de veículos já descoberto em Minas Gerais", qualificou o delegado Luciano Guimarães Nascimento, titular da 3ª Delergacia Especializada em Investigação de Furtos e Roubos de Veículos.    De acordo com o delegado, esse esquema funcionava há pelo menos um ano e teria rendido à quadrilha mais de R$ 5 milhões. Os veículos furtados inicialmente seguiam para o estacionamento da Contorno, um prédio que não tem nenhuma identificação à vista. Depois eram levados para Pedro Leopoldo, no Vetor Norte de Belo Horizonte para serem adulterados e guardados em um galpão, antes de serem transferidos para São Paulo e Espírito Santo.    No QG da quadrilha em Pedro Leopoldo, uma espécie de central de falsificações, foram apreendidos 31 veículos na quinta-feira da semana passada, dentro de um galpão e em três residências. Em uma delas também foi apreendida uma bolsa com várias chaves. Ninguém foi preso.     O Hoje em Dia procurou a direção do Life Center e obteve a informação de que o estacionamento seria terceirizado. O gerente administrativo do estacionamento disse que a empresa não iria se pronunciar sobre o assunto e que o estacionamento pertence a um conselho de acionistas.       TESE DE SUICÍDIO   Nascido em Belo Horizonte, Mariotto apareceu morto na última terça-feira (30), dentro de um Fiat Uno cor prata, na BR-040, no Jardim Canadá, em Nova Lima, afirnmou a delegada Valéria Decat de Moura, titular da 3ª Delegacia de Polícia Civil de Nova Lima. Ela acredita em suicídio. "Foi encontrado um corpo sem vida, com uma arma no colo e uma perfuração do lado direito da face. Aparntemente foi suicídio. O vidro do motorista estava quebrado", resumiu a delegada, que acionou a perícia. "O laudo não está pronto, mas, pelos indícios, tudo indica que se trata de suicídio".    Ao lado do corpo, a delegada teria encontrado uma carta endereçada ao delegado que investiga a quadrilha e uma caixa lacrada, onde havia material utilizado na adulteração de veículos: cédulas de identidade e documentos de transferência em branco, selos, lacres, pinos, tarjetas, placas e máquina de chancela de documentos (carimbo de autentificação), além de cheques e cartões de crédito.    Na carta, que também está sendo periciada, Mariotto aponta as razões porque tirou a própria vida, sem apontar outros envolvidos na quadrilha. "Estou cansado de toda a situação, dos X9 traidores" e "não queria que ninguém desse continuidade ao meu ofício" seriam, segundo a polícia, trechos da "carta de suicídio"    Os documentos encontrados valem pelo menos R$ 500 mil, na avaliação dos policiais. "Tudo aponta que o Fernando é o líder da quadrilha, mas a investigação não se encerra com a morte dele", disse o delegado. Outras pessoas sob suspeita continuam sendo investigadas. A operação policial começou há dois meses. "Há outros veículos a serem descobertos e apreendidos", disse o delegado, que descartou o envolvimento do proprietário do estacionamento com a quadrilha de Mariotto. "Ele ajudou nas investigações", informou.    PERFIL   Sobre o perfil de Mariotto (casado e pai de dois filhos), o delegado afirmou que "o estelionatário era uma pessoa meticulosa, detalhista e muito inteligente. Foi um golpe muito bem feito. Ele também comprava veículos de leilão, atuava em várias vertentes". Ele não chegou a ser preso pela polícia e nenhum outro membro da quadrilha foi capturado até o momento. Segundo o delegado, 30 policiais participaram dessa investigação. "Vamos fazer uma análise meticulosa da documentação apreendida, verificar os veículos e a autenticidade dos documentos".  

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