A cooperativa de catadores Rede Cataunidos viu na reciclagem de eletrônicos uma oportunidade de ampliar os rendimentos. A partir de duas oficinas realizadas na UFMG, a instituição finaliza um plano de negócios abrangendo vários aspectos da sustentabilidade na reciclagem popular.
A proposta é recolher material em empresas, condomínios e pontos de coleta.
Sócia da Empresa Mineira de Lixo Eletroeletrônico Ltda (Emile), Fernanda Marciliana afirma que a reciclagem desse tipo de material é um trabalho de alta responsabilidade, não só pela questão ambiental, mas pelas informações que esses materiais contêm ou continham antes da destruição, que é feita imediatamente.
Porém, diz ela, empresas que fazem o reaproveitamento e o descarte correto são poucas no Brasil, e se concentram em São Paulo.
Criada em Betim, em 2010, a Emile emprega dez pessoas e recolhe 40 toneladas eletrônicos velhos por mês em BH e região.
A maior parte do lixo eletrônico vai para firmas paulistas, que exportam para Bélgica e Canadá. “Algumas plantas industriais fazem refino de resíduos eletroele-trônicos, mas a reciclagem não é desenvolvida no Brasil em larga escala”.
Apesar do potencial desse mercado, Minas não tem empresas que processam vidro, plástico e ferro. “A demanda é grande, mas falta logística. Muitas empresas não sabem o que fazer e mandam os eletrônicos para o lixo comum”.