Os primeiros passos na escola - É necessário avaliar a fase de cada criança antes da escolha

Sara Lira - Especial para o Hoje em Dia
26/01/2014 às 15:41.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:36
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

O pequeno Théo, de 1 ano e 7 meses, vai entrar na escolinha em fevereiro. A mãe dele, a administradora Daniele Melo Ribeiro, 36 anos, tomou a decisão com base na experiência da filha mais velha, de 6 anos, que entrou na escola na mesma faixa etária do irmão caçula. “Foi ótimo para o desenvolvimento dela, para aprender a dividir as coisas, entre outras questões”, lembra.

Agora, Daniele espera ter o mesmo resultado com o garoto. “Moro em apartamento e no meu bairro não tem praça. Acho importante ter algum lugar em que eu possa levá-lo para correr, brincar, participar de atividades e conviver com outras crianças da mesma idade”, diz. A inserção do filho no ambiente escolar, para ela, pode estimular o desenvolvimento dele.

Assim como a administradora, muitas mães enxergam o convívio escolar como primordial para o desenvolvimento dos filhos. Ainda em casa a criança já começa a aprender os primeiros passos, palavras, limites e a entender como funciona o mundo. Mas chega um momento em que os pais precisam iniciar a vida escolar dos filhos. E, se em alguns casos essa fase começa no primeiro ano de vida, em outros isso se dá em meados do terceiro.

Data exata

Especialistas afirmam, no entanto, que não há uma data exata para colocar os filhos na escola, uma vez que cada criança tem uma realidade pessoal e familiar diferente.

“Quando a criança é muito pequena ocorre um compartilhamento da educação com família e escola. Essa busca de uma escolarização da criança pequena na nossa sociedade tem tido uma procura muito precoce. Mas o importante é que os pais conheçam mais as escolas e elas os pais. A ideia é que seja criada uma discussão saudável com o objetivo de instalar ambientes propícios à educação dos pequenos”, explica a professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE-UFMG) e membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre Infância e Educação Infantil da mesma escola, Maria Inês Mafra Goulart.

Para a docente, é necessário avaliar a situação dos filhos antes de colocá-los na escola. No caso da criança que é muito sozinha em casa porque os pais trabalham o dia todo ou por não ter a companhia de outras crianças na mesma faixa etária, ou ainda, que vive em um ambiente pouco estimulante, ir para a escola pode ser mais favorável para o desenvolvimento. Mas, por outro lado, se a escola não oferece isso de forma adequada, esse amadurecimento não ocorrerá da melhor forma. “Não é uma relação de idade, mas sim de ambiente saudável que a escola oferece para a criança se desenvolver”, diz Maria Inês.

A fim de receberem os alunos da educação infantil, as escolas vêm se esforçando para oferecer ambientes adequados. Afinal, quanto mais nova a criança, maior o cuidado. A diretora pedagógica do Colégio ICJ, Christina Fabel, afirma que a socialização da criança é um dos pontos mais importantes quando ela passa a frequentar o ambiente escolar.

“Eles aprendem a se movimentar em grupo, a competir e vão trabalhar com questões matemáticas. É muito mais do que simplesmente brincar porque ao fazer isso, ela aprende vivência, regras, diferenciações, a escolher, a entender comandos, produzir coletivamente e perder ou ganhar”, afirma. No ICJ é ofertado ensino para crianças a partir de um ano de vida em horário integral ou parcial. As turmas comportam poucas crianças por sala e a maior demanda por vagas é para a faixa etária de três anos.

A educação infantil compreende o período entre 2 e 6 anos. Além da estrutura adequada para receber crianças, as instituições devem respeitar o número de uma professora para cada agrupamento de seis a oito crianças de 0 a 2 anos; quinze crianças de 3 anos e vinte crianças de 4 até 6 anos.

Atividades voltadas para ampliar o vocabulário

Na Educação Infantil do Colégio Padre Eustáquio, informa a coordenadora pedagógica Juliana da Carvalho Rodrigues, as atividades são voltadas para ampliar o vocabulário dos meninos, promover a interação com outras crianças e favorecer a autonomia. Ela acredita que por meio de brincadeiras as crianças possam receber diversos estímulos positivos. “Esse brincar é importante porque você aprende com o outro, com a experimentação”, diz.

A instituição oferece vagas para crianças a partir de dois anos ou que completem essa idade até o dia 30 de junho. A educadora concorda com a tese de que a decisão de colocar a criança na escola muda de acordo com cada situação. “Vai variar de acordo com o perfil de cada família. A partir dos dois anos, ela já consegue conviver com outras crianças e participar das atividades propostas, mas é uma decisão que depende”, afirma.

Prazer

Para a coordenadora pedagógica do Colégio Arnaldo, Grasiella Silva Godoy, a escola é um local em que a criança deve ter prazer em comparecer. “Usamos de criatividade para mostrar a ela que aqui vai estudar com prazer. Se a criança não for incentivada, ela não vai ter esse sentimento bom para aprender”, afirma.

O MEC orienta

A instituição tem autorização de funcionamento expedida pela Secretaria Municipal de Educação?

O alvará sanitário está afixado em lugar visível?

A instituição tem proposta pedagógica em forma de documento?

Reuniões e entrevistas com familiares são realizadas em horários adequados à participação das famílias?

A instituição permite a entrada dos familiares em qualquer horário?

Existe local adequado para receber os pais ou familiares? E para aleitamento materno?

As salas de atividades e demais ambientes internos e externos são agradáveis?


Fonte: MEC

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