Outubro Rosa para pets: vídeo ensina como prevenir e identificar o câncer de mama em animais

Da Redação*
16/10/2019 às 15:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:13
 (Pixabay)

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No mês de conscientização sobre o câncer de mama, o alerta de prevenção não é restrito a seres humanos. Cães e gatos também são alvo da campanha, já que estão suscetíveis a desenvolver a doença devido a fatores como genética, alimentação, idade e obesidade, para citar alguns. 

Segundo a professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Kennedy, Nayara Belo, o câncer de mama está "principalmente ligado à questão hormonal, já que os hormônios progesterona e estrógeno estimulam a mutação de células nas regiões das glândulas mamárias".  

Mas antes de procurar um veterinário, o próprio dono pode fazer a procura por sinais da doença, colocando as mãos na região abdominal do pet. A veterinária Glauce Carvalho, da Clínica Pet BH, mostrou ao Hoje Em Dia como fazer este exame em casa. Ela ressalta que, se forem observados volume ou secreção nas mamas, é preciso procurar atendimento profissional o mais rápido possível. Assista:

 A professora Nayara Belo reitera que o exame com as mãos no animal pode ajudar a identificar o aparecimento do nódulo. "Por meio do tato o dono consegue diferenciar uma glândula mamária normal e uma com nódulo. A identificação da doença pode acontecer ao fazer carinho no animal que, inclusive, gosta muito destas carícias na região abdominal", explica Belo.

Um dos principais sintomas da doença é o aparecimento de nódulos que podem ocorrer em várias mamas, gerando infecções que chegam até a metástase, estágio em que a doença se espalha pelo corpo. Há tumores que podem aumentar de tamanho e supurar. Em casos mais graves, também podem ocorrer problemas respiratórios.

Assim como no câncer em humanos, os nódulos podem ser malignos ou benignos, mas no caso dos animais, geralmente, eles são malignos. Segundo pesquisas do Laboratório de Patologia Comparada da UFMG (LPC), 85% dos tumores mamários encontrados nos pets são propensos a serem malignos. E destes casos, cerca de 17% das cadelas são diagnosticadas no estágio avançado da doença, que evolui para morte em até sete meses após mastectomia. 

Prevenção

Também como acontece com os humanos, a maior incidência da doença em animais é em fêmeas, mas os exames preventivos devem ser realizados também em machos. 

Outra forma de prevenção é a castração do animal antes do primeiro cio. "Por conta da relação hormonal é aconselhável realizar castração das fêmeas antes do primeiro cio. Há uma queda enorme no risco de desenvolver a doença. Para se ter uma ideia, a chance de ocorrer câncer de mama em fêmeas castradas antes do primeiro cio é cerca 0,5%", avalia a professora Nayara Belo. 

Segundo ela, a alimentação também pode contribuir para o desenvolvimento da doença. "Altos índices de açúcares, carboidratos e gorduras na alimentação podem levar a predisposição e aparecimento de câncer", explica. Neste caso, a alimentação com maior quantidade de proteínas, ao invés de gorduras, carboidratos e açúcares, também ajuda a reduzir as chances do desenvolvimento da doença.  

Outubro Rosa

Para conscientizar a população, as Faculdades Kennedy e Promove irão realizar um exame clínico demonstrativo de como identificar a doença no animal. O evento será gratuito e aberto ao público no dia 24 de outubro, às 20h40, na Rua Sarzedo, 31, no Prado. Por lá, alunos do curso de Medicina Veterinária irão demonstrar com animais como é feita a palpação. Divulgação /

Faculdades Kennedy e Promove terão evento sobre prevenção da doença  

Além das Faculdades Kennedy e Promove, outras instituições de ensino, como a UFMG, também realizarão eventos de prevenção na capital. Na UFMG, veterinários farão exames clínicos gratuitamente em animais e esclarecerão dúvidas. Para participar é necessário preencher uma ficha com os dados do exame clínico no próprio local. Os atendimentos são abertos ao público e acontecem no dia 19 de outubro, de 9h às 16h, na Praça Dino Barbieri (Pampulha). 

Tratamento

Na maioria dos casos, a doença ocorre em animais mais velhos, a partir dos 6 anos. O tratamento é feito com quimioterapia ou radioterapia. Outra opção é a retirada cirúrgica da glândula mamária. 

Em caso de tumor benigno, é retirada a glândula mamária e, no caso de maligno, são retirados a glândula mamária e os tecidos adjacentes, além da realização da quimioterapia. 

*Amanda Souza, sob supervisão de Cássia Eponine. 

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