Paciente com possível suspeita de coronavírus está internada em BH; Brasil confirma 1º caso

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
26/02/2020 às 13:12.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:45
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

No mesmo dia em que o Brasil confirmou o primeiro caso de coronavírus, o Hospital Risoleta Neves, em Belo Horizonte, informou que recebeu uma paciente com sintomas da doença, que já matou mais de 2,7 mil pessoas em vários países. De acordo com a unidade de saúde, uma mulher que esteve na Tailândia, Vietnã e Cingapura buscou atendimento, na tarde de terça-feira (25), com dor de garganta.

Em coletiva na manhã desta quarta, o Ministério da Saúde disse que existem 20 casos suspeitos no país, sendo dois em Minas. Uma paciente está em um um hospital particular e outra esta internada no Hospital Júlia Kubitschek, ambas em isolamento.

A paciente que foi isolada no Risoleta, no entanto, ainda não recebeu a confirmação do Ministério da Saúde como caso suspeito. 

"Apesar de não apresentar nenhum outro sintoma, seguindo a recomendação do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Belo Horizonte (CIEVS-BH), a paciente foi internada em leito de isolamento e passou a ser atendida como caso suspeito de novo coronavírus (covid-19)", diz nota enviada pelo Risoleta Neves.

Devido ao risco da doença, transmitida pelo ar, a mulher foi transferida, na manhã desta quarta-feira (26), para o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, o Hospital do Barreiro. A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre o possível caso suspeito. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) também não confirmou o caso até o momento.

Balanço
Até o momento, conforme o Ministério da Saúde, o Brasil tem 20 casos suspeito da doença, sendo dois em Minas Gerais. Outros 59 foram notificados e descartados. No mundo, mais de 89 mil foram confirmados em 34 países. A maioria dos infectados tem entre 40 a 69 anos. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de letalidade da enfermidade é de 3,4%.

Medidas
Em coletiva na manhã desta quarta, o ministro Luiz Henrique Mandetta disse que o Brasil não vai alterar as medidas de proteção contra a doença uma vez que, por causa da vinda de brasileiros que estavam na China - o epicentro da enfermidade -, o país adotou o nível três de emergência.

Por isso, os procedimentos nos aeroportos ou bloqueios a países suspeitos não sofrerão mudanças. "A regra continua sendo: se tem sintomas, não viaje. Viajou? Informe as autoridades quando chega. Passou 14 dias da chegada, se sentir sintomas, procure a rede de saúde da sua cidade", disse.

Mandetta disse que o coronavírus é mais uma gripe que o mundo atravessa. "Já passamos por epidemias respiratórias graves, como a H1N1. (...) Vamos passar por essa situação investindo em soluções, ciência e informação", frisou.
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Caso em São Paulo
O primeiro caso de um brasileiro infectado pelo novo coronavírus (Covid-19) é homem de 61 anos, morador de São Paulo, que esteve na região da Lombardia, no norte da Itália, entre 9 e 21 de fevereiro. Ao retornar, na última sexta-feira (21), o paciente apresentou sintomas compatíveis: febre, tosse seca, dor de garganta e coriza.

Atendido no Hospital Israelita Albert Einstein na segunda-feira (24), ele foi submetido a exames clínicos que apontaram a suspeita de infecção. Com resultados preliminares realizados pela unidade de saúde e de acordo com o Plano de Contingência Nacional, o hospital enviou a amostra ao laboratório de referência nacional, Instituto Adolfo Lutz, para contraprova. “Agora é que vamos ver como este vírus vai se comportar em um país tropical, durante o verão”, disse Mandetta.

“Como vai ser o padrão de comportamento deste vírus, que é novo e tanto pode manter o mesmo padrão de comportamento de transmissão que apresentou no hemisfério Norte, onde, nesta época, está fazendo frio”, acrescentou o ministro.

Em nota, o hospital afirma que o paciente encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório domicilar pelos próximos 14 dias. "A equipe médica segue monitorando-o ativamente, assim como as pessoas que tiveram contato próximo com ele", informou o Albert Einstein.

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