Pacientes de mais de 60 municípios já precisaram de internação nas UTIs de Belo Horizonte

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
24/07/2020 às 11:16.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:06
 (©Marcello Casal jr/Agência Brasil)

(©Marcello Casal jr/Agência Brasil)

Sessenta e duas cidades mineiras já pediram socorro a Belo Horizonte para internar pacientes graves com Covid-19. Desde o início da pandemia, quase 30% dos leitos de UTIs da capital, exclusivos para pacientes com o novo coronavírus, foram ocupados por moradores da região metropolitana e interior de Minas.

Desde março, 1.310 pessoas com suspeita ou diagnóstico positivo da doença precisaram do tratamento intensivo. Dessas, 371 não residiam em BH. O levantamento foi feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).

Conforme a pasta, a ocupação total das vagas de UTIs está em 87%. As internações estão entre os fatores que impedem a flexibilização das atividades econômicas do município. Desde 29 de junho, só os serviços essenciais estão autorizados a funcionar.

Ao todo, 62 municípios da região metropolitana e interior de Minas precisaram recorrer a Belo Horizonte para internar pacientes graves com Covid-19

Mais internações

Desde o início da pandemia, 13,6% das internações tanto em UTIs quanto nos leitos de enfermaria – exclusivos para Covid – foram de moradores de outras cidades. De 1º de março até 19 de julho, foram 6.984 solicitações, sendo 948 de pessoas da Grande BH ou interior.

Sabará (24,2%), Santa Luzia (17,4%), Ribeirão das Neves (10,5%), Vespasiano (7,6%) e Pedro Leopoldo (6,0%) são os municípios que mais precisaram levar pacientes graves à capital. Juntas, as cidades representam 60% dos pedidos.

Análise

Infectologista e integrante do Comitê de Combate à Covid em BH, Carlos Starling observou que a metrópole sempre absorveu pacientes de outras cidades. Porém, a crise sanitária complicou ainda mais o cenário. "É uma situação que não muda. Até porque existe uma pactuação do SUS, que estabelece isso. Mas é claro que em uma pandemia faz toda diferença".

De acordo com o especialista, o ideal seria que cada cidade oferecesse terapia intensiva suficiente para receber os moradores. "O indicado seria que cada município tivesse estrutura para absorver a demanda, mas a realidade é que não tem. Isso, de fato, é um problema".

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