Padrasto de suspeito de ataque em escola é preso por ser dono da arma usada no crime

Cinthya Oliveira
07/11/2019 às 14:39.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:35
 (Polícia Militar/Divulgação)

(Polícia Militar/Divulgação)

Foi preso por omissão de cautela o padrasto do estudante suspeito de entrar armado em uma escola pública em Caraí, no Vale do Jequitinhonha, e ferir dois colegas, na manhã desta quinta-feira (7). O homem de 80 anos era dono da garrucha usada pelo adolescente para atirar contra colegas dentro de uma sala de aula. A bala atingiu o pescoço de um jovem de 17 anos e o braço de um de 16.

Segundo o artigo 13 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10826/03), é crime “deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse”.Polícia Militar/Divulgação / N/A

Adolescente foi apreendido com uma garrucha, um simulacro de pistola e um facão

De acordo com o tenente-coronel Fábio Marinho, comandante do 19º Batalhão, o idoso reconheceu que é o dono da garrucha, mas informou que nunca imaginou que o enteado, de comportamento tranquilo e obediente, fosse capaz de pegar a arma para cometer qualquer crime. “O acesso a uma arma deve ser sempre restrito e cauteloso.Um adolescente, mesmo sem precedente de má conduta, não pode ter acesso a uma arma”, explicou o tenente-coronel.

O caso

O adolescente pulou o muro da Escola Estadual Orlando Tavares portando uma garrucha, um facão e um simulacro de arma de fogo. Os alunos que estavam no pátio para a aula de educação física quando viram o colega armado. Houve correria e gritaria.

O suspeito, então, se dirigiu até uma sala de aula e, no momento em que a professora e um estudante tentavam fechar a porta, o adolescente disparou. A bala atravessou a madeira da porta e atingiu o pescoço de um colega de 17 anos e o braço direito de um jovem de 16. 

Os dois feridos foram encaminhados ao Hospital Nossa Senhora Mãe da Igreja, em Padre Paraíso. O jovem que foi atingido no pescoço passou por uma transfusão de sangue para ser transferido para um hospital de Teófilo Otoni, por meio de Unidade de Saúde Avançada (USA). O quadro dele é estável.  

A Polícia Militar chegou a entrevistar um amigo do suspeito para verificar se teria ajudado no crime, mas nada indicou que o adolescente teria sido cúmplice. Apenas investigações mais apuradas poderão dizer se o suspeito contou com ajuda de alguém. 

O caso foi encaminhado à Delegacia de Novo Cruzeiro. Segundo a Polícia Civil, a perícia compareceu à escola para fazer os primeiros levantamentos.

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