Padrastro suspeito de ajudar a matar criança de 6 anos em Santa Bárbara é agredido na cadeia

Hoje em Dia
02/07/2014 às 14:19.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:14
 (TV Super Canal/Divulgação)

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O padrastro preso acusado de ajudar a torturar até a morte o enteado de apenas 6 anos e chicotear outras duas crianças foi agredido dentro da Penitenciária de Caratinga, no Vale do Rio Doce, por colegas de cela na noite de dessa segunda-feira (30). A informação foi confirmada nesta quarta-feira (2) pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi). Segundo o órgão, José Mateus da Silva, de 35 anos, sofreu escoriações leves no corpo e um pequeno corte na cabeça.   A Suapi informou, em nota, que uma agitação foi percebida por volta das 21 horas pelos agentes penitenciários, que interviram e retiraram José Mateus do local. Em seguida, o detento foi encaminhado à enfermaria da unidade e, posteriormente, à Unidade de Pronto Atendimento da cidade. José Mateus passou ainda pelo exame de corpo de delito. Segundo a Suapi, o homem foi isolado dos outros presos e será transferido para outra unidade prisional, para que a sua integridade física seja garantida. Um inquerido foi instaurado pela direção do presídio para apurar os fatos.    José Mateus foi preso junto com a companheira dele Josina Concebida Moysés, de 36 anos, que é mãe das crianças e também acusada de matar o próprio filho e torturar outros dois. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Josina também está na Penitenciária de Caratinga e foi isolada das outras detentas nesta quarta-feira (2). O Seds informou ainda que ela também será transferida para outra unidade prisional para garantir a sua integridade física.      Relembre o caso   Santa Bárbara do Leste, no Vale do Rio Doce, parou nesta terça-feira (1º) para sepultar o corpo do menino João Paulo Camilo, de 6 anos, torturado até a morte pelo padrasto e a mãe. O corpo foi encontrado nessa segunda-feira (30) às margens da BR-116, um dia depois que a PM recebeu denúncia do seu suposto desaparecimento e resgatou outros dois irmãos do menino, de 3 e 4 anos, com feridas expostas e infecionadas, dentro de casa. As três crianças eram chicoteadas e queimadas com óleo porque faziam "xixi" na cama.    A mãe das crianças, Josina Concebida Moysés, de 36 anos, e o padrasto José Mateus da Silva, de 35, vivem juntos há um mês. O pai biológico morreu. Segundo o delegado Luiz Eduardo Moura, no domingo (29) a mulher chamou uma tia de João Paulo e avisou que ele havia fugido de casa. Como não viu as outras crianças no quintal, a tia entrou na casa e as encontrou na cama, machucadas e com febre, debaixo de um cobertor. A PM foi acionada, prendeu o casal e passou a procurar por João Paulo.   Segundo o delegado, o casal acabou confessando o crime e levou a polícia ao corpo de João Paulo. Ele estava sobre uma moita de capim seco e enrolado a um cobertor, ao lado de uma mochila escolar com roupas. A intenção era simular uma fuga de casa, mas os ferimentos no corpo, semelhantes aos encontrados nos dois irmãos, revelaram o crime: costas e glúteos tinham marcas e cortes provocados por chicotadas e outras partes, como barriga e o rosto, queimaduras.    Assim como a crueldade, a motivação também chocou o policial. “Disseram que as crianças eram punidas para aprender a obedecer e porque faziam xixi na cama. Mas descobrimos que eram torturadas também quando abriam a geladeira. Nunca vi tamanha crueldade”, diz o delegado. O “arreio de cavalo”, ficava ao lado da geladeira. De acordo com o policial, as duas crianças que sobreviveram à tortura estão com órgãos internos lesionados, feridas abertas infeccionadas e internadas no hospital municipal de Caratinga.    O casal foi autuado em flagrante por tortura e será indiciado por tortura seguida de morte. Eles não teriam antecedentes ou envolvimento com drogas. Conforme o delegado, um acusa o outro pelos maus tratos e tortura, mas testemunhas viram a mãe das crianças dentro do carro no local onde o corpo do menino foi desovado. Segundo o delegado, não há registros anteriores feitos pelo Conselho Tutelar, que agora acompanha o caso. 

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