Pai de menino enterrado no quintal de casa disse que criança só viveria até os sete anos, revela tio

Gabriela Sales - Hoje em Dia
13/09/2013 às 08:56.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:22

O relato de parentes do menino Paulo Roberto Maia Neto, de 5 anos, que foi enterrado pelos próprios pais no quintal de casa, em Jaíba, Norte de Minas, reforça a suspeita de que a criança tenha sido assassinada.    Um tio do menino, Claudionor Novaes, de 36, contou que a relação entre os pais e o filho  era bastante conturbada. “Eles não gostavam do menino. Ele (pai) havia dito que o filho morreria até os sete anos”, contou. Ana Paula Rodrigues Maia, de 24, está grávida de oito meses e ofereceu aos policiais duas versões sobre a morte do menino. A mulher tem outros quatro filhos com Antônio Alecson Matias Neto, de 34.    Sem contato com a mãe e o pai do menino há dois anos, os familiares temem agora pela vida das outras quatro crianças que estão sob responsabilidade do Conselho Tutelar. “Eles são agressivos com os filhos. Queremos a guarda das crianças, essa não é a primeira vez que eles maltratam os meninos”, relatou Novaes. O casal foi preso nessa quinta-feira (12), mas liberado após pagar uma fiança de R$ 247.    Mesmo com a soltura dos envolvidos, a polícia não descarta crime de homicídio. “O caso agora ficará a cargo do delegado de Jaíba e nenhuma possibilidade deverá ser descartada. Vamos aguardar o laudo da perícia que poderá apontar o que deverá ser investigado”, afirmou o delegado Ricardo Esthevan do Amaral.   O caso é o primeiro registrado na cidade de pouco mais de 32 mil habitantes. “É um município carente, mas nunca registramos fato como esse. Não sabemos o que de fato aconteceu, mas estamos zelando pela integridade das crianças”, disse o represente do Centro de Referência Especializada em Assistência Social de Jaíba (CREA-Jaíba), Joaquim Neto.    Segundo o Conselho Tutelar de Jaíba, o caso será encaminhado para a Vara da Infância e Juventude, que irá decidir o destino dos menores, com idades entre cinco e sete anos.  “As crianças estão bem e não falam sobre o assunto. Estão amparadas pelo conselho até que a Justiça decida a situação dos menores”, explicou o conselheiro tutelar José Francisco dos Santos.   O corpo do menino foi retirado da cova - de um metro de profundidade e 40 centímetros de largura - pelos peritos da Polícia Civil e, em seguida, encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). O ponto onde o garoto Paulo Roberto foi enterrado fica a dois quilômetros da sede do  assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). 

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