(Carlos Roberto)
A luta da Prefeitura de Belo Horizonte para transformar a Pampulha em Patrimônio Cultural da Humanidade ganhou reforços. Além do apoio da ministra da Cultura, Marta Suplicy, que se encontrou ontem com o prefeito Marcio Lacerda, foi anunciada a destinação de R$ 30 milhões do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para revitalizar o conjunto arquitetônico da lagoa, formado pelas casas do Baile e de JK, Igreja de São Francisco, Museu de Arte e Iate Tênis Clube.
A previsão é a de que o contrato entre Iphan e prefeitura esteja pronto até junho. Em seguida, será aberto o processo de licitação para as obras.
Desassoreamento
O valor repassado pelo Iphan soma-se a outros R$ 150 milhões que já são aplicados pelo município no desassoreamento e tratamento bioquímico das águas. E por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a Copasa está investindo R$ 140 milhões na captação de esgotos remanescentes que ali deságuam .
A aplicação desses recursos é necessária para convencer a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) a conceder o título da Patrimônio Cultural da Humanidade à Pampulha.
“As obras fazem parte de um argumento que prefeitura, Ministério da Cultura e Iphan tentam construir para persuadir os técnicos de que a Pampulha merece ser um bem da humanidade”, explicou Michele Arroyo, superintendente do Iphan em Minas.
Otimista, Marta Suplicy acredita que o momento é favorável à aprovação. “Tudo caminha para que o conjunto consiga esse título. Estamos em um momento de muita lembrança e homenagens a Oscar Niemeyer. Nada mais importante do que essa qualificação para a Pampulha, que já é um símbolo para todos os brasileiros”.
As boas perspectivas, no entanto, não garantem agilidade no processo de reconhecimento do conjunto da lagoa como Patrimônio da Humanidade. Segundo a ministra, a prefeitura tem muito trabalho pela frente e precisará cumprir vários requisitos. “Mas, antes das Olimpíadas de 2016, com certeza sai”, avaliou.