Pandemia de Covid-19 seguirá impactando economia brasileira até 2050, aponta estudo

Bernardo Estillac
bernardo.leal@hojeemdia.com.br
19/10/2021 às 19:15.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:05
 (Freepix/Divulgação)

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A economia brasileira seguirá sendo afetada pela pandemia de Covid-19 até 2050. A constatação foi feita por estudiosos da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), que avaliam também os impactos econômicos causados pelo novo coronavírus.

De acordo com o coordenador do grupo e professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, Edson Domingues, o número de mortes causadas pela doença no Brasil, acima da média mundial, acarretará problemas a longo prazo para a recuperação econômica do país.

“As pessoas que morrem deixam de consumir, de gerar renda, e você perde o capital humano, as experiências acumuladas. Uma pessoa de 30 anos que faleceu na pandemia trabalharia mais uns 30 anos, uma vida produtiva que se perde”, avaliou o docente. Até o momento, mais de 603 mil óbitos por complicações da Covid foram registrados em território nacional.

O professor ressalta que a economia pode aquecer com a atenuação da pandemia, mas os impactos continuarão sendo percebidos. Isso acontece porque há uma grande quantidade de perdas permanentes que afetam as projeções anteriores, que não levavam em consideração o número elevado de mortes causadas pelo novo coronavírus.

Desenvolvimento sustentável pode ser a saída

“Estamos em uma situação em que precisamos gerar renda e emprego para sair da situação de pobreza que se alastrou no Brasil. Com as oportunidades de investimento ecológico você consegue gerar empregos e colocar o país em uma rota de crescimento mais acelerada”, frisa Edson Domingues.

Segundo o pesquisador, muitos dos investimentos estrangeiros estarão condicionados ao respeito à natureza e o fomento de tecnologias de desenvolvimento sustentável e pode ser uma forma de reduzir os impactos de longo prazo na economia do país.

Coordenados por pesquisadores das univesidades Federal de Minas Gerais (UFMG) e de São Paulo (USP), os estudos são publicados através de informes na página da Rede Vírus. As pesquisas são financiadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e  pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

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