Pandemia e incertezas: blocos de rua querem adiar o Carnaval de Belo Horizonte para julho

Bernardo Almeida
bpereira@hojeemdia.com.br
23/07/2020 às 12:02.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:06
 (Maurício Vieira / Hoje em Dia)

(Maurício Vieira / Hoje em Dia)

A pandemia do novo coronavírus pode mudar a data do Carnaval de Belo Horizonte. Produtores dos blocos de rua e das escolas de samba solicitaram à prefeitura da capital que o evento seja adiado para junho ou julho de 2021. A festa estava prevista para fevereiro, mas o próprio prefeito Alexandre Kalil já admitiu que será difícil manter a realização.

Novas datas ainda poderão ser sugeridas pelos representantes, conforme a evolução dos casos de Covid-19 na metrópole. Para a PBH, o foco é o combate à doença. No entanto, os grupos aguardam a definição para montar um planejamento.

Representantes dos blocos de rua sugerem que o evento fique para julho. Para o presidente da Liga Belohorizontina de Blocos Carnavalescos e dirigente do Baianas Ozadas, Geo Cardoso, tem faltado diálogo com a prefeitura para discutir os rumos da festa do ano que vem.

Ele concorda com o prefeito Alexandre Kalil - que disse em entrevista ao Hoje em Dia ser difícil realizar o Carnaval de 2020 -, mas pede mais espaço para que os organizadores participem das decisões. “Nosso planejamento está todo parado, precisamos ter alguma previsibilidade”.

A mesma cobrança é feita pela  liga dos blocos de Santa Tereza. “Achamos que é necessário ter uma previsão. Temos certeza que em fevereiro não será, e acreditamos que julho é uma data factível”, diz o representante do grupo, Kerison Lopes. Segundo ele, julho acompanha uma tendência nacional, capitaneada pela Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba).

As agremiações que participam dos desfiles na avenida Afonso Pena também pedem que o evento seja adiado. Porém, para junho. Presidente da Liga das Escolas de Samba de Minas Gerais (Liemg), Márcio Antunes lembra que a festa envolve cerca de 2 mil pessoas. “O Carnaval de passarela tem toda uma cadeia produtiva. Tem que elaborar enredo, confecção de fantasias, construir carro alegórico”.

Segundo ele, os barracões das escolas são usados atualmente para a confecção de máscaras de proteção e distribuição de alimentos às comunidades carentes. “Esse adiamento é necessário diante do que estamos vendo”, frisa.

A Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) informou que a prefeitura está dedicada somente ao combate à pandemia do novo coronavírus e ainda não há definição sobre o Carnaval do ano que vem.

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