Para a Polícia Civil, tudo leva a crer que morte de Rodrigo foi de fato legítima defesa

Álvaro Castro
acastro@hojeemdia.com.br
25/05/2016 às 17:09.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:36
 (Álvaro Castro/Hoje em Dia)

(Álvaro Castro/Hoje em Dia)

O delegado Flávio Grossi, responsável pela investigação do atentado contra a apresentadora Ana Hickmann, concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (25) em Belo Horizonte. Para ele, fica clara que a mecânica contada pelas testemunhas e observada nas imagens ate agora divulgadas leva a crer que o crime aconteceu da forma que já vem sendo dilvulgada nos últimos dias, tratando-se de legítima defesa.

"Tudo indica que foi legitima defesa. A forma como a historia foi contada pelas testemunhas corrobora com o que ja temos da investigação até o momento. Caso encontrássemos disparos em outras partes do corpo ai eu acharia estranho", disse, referindo se ao disparos na região da nuca de Rodrigo.

Dessa forma, ficaria descartada a hipótese de execução fria que foi levantada pela família da vítima. "Eles estavam em luta corporal no momento dos disparos. Não há como pensar que os tiros seriam dados em outro local até porque o raio de movimentação do braço é muito curto em uma situação como essa", explicou.

Ainda não é possível precisar quantos foram os disparos no interior do quarto, ja que a perícia.ainda não foi co concluida. O prazo é de 30 dias, mas o delegado acredita que sera resolvido antes desse prazo. A Polícia ainda aguarda, também, os resultados dos exames toxicológicos, que indicaram se houve o consumo de álcool e/ou drogas antes do fato.

O que é possivel afirmar é que Rodrigo detinha, além dos cinco cartuchos presentes no revolver calibre 38, outro cinco projéteis em seu bolso. "Poder de fogo ele tinha", afirmou.

Grossi revelou, também, que a assessora da apresentadora, Giovana Alves de Oliveiracontou que rodrigo teria feito uma série de ofensas e xingamentos de ordem sexual, alternando com momentos em que mostrava alguma lucidez pedindo apenas para conversar. Além disso, ele teria feito menção em vários momentos à prática conhecida como roleta-russa. "Segundo a Giovana, ele teria afirmado que estaria com balas a menos no tambor e perguntado se ela gostaria de testar a sorte com sua vida", 

Redes sociais não serão alvo da ivestigação

Apesar de todo o monitoramento feito por Rodrigo ter sido feito atra´ves das redes sociais (foi dessa forma que eledescobriu, por exemplo,onde aapresentadora estaria hospedada), não está prevista umainvestigaçãomais profunda sobre a relação entre a vítima e a apresentadora."As redes sociais não são meu alvo principal de investigação", afirmou Flávio Grossi. Com isso, se houve troca de mensagens ou qualquer tipo de interação entre Ana Hickmann e Rodrigo não será, a princípio esclarecido. Segundo o delegado, a motivação já está claramente estabelecida.

Sobre a possível ajuda externa ou a colaboração de terceiros, o delegado afirmou acreditar que não hánenhum indício. "Apesar de ser uma pessoa carinhosa e com bom trato com a família, o que eu acredito que seja verdade, tudo aponta para o fato de ele ser uma pessoa solitária. O próprio processo de venda de seus bens para chegar a Belo Horizonte indica isso,assimcomoa esclarecedora convrsa que tive com um de seus irmãos", finalizou.

A fase de oitivas já estão encerradas, faltando agora os resultados dos diversos laudos periciais para que a investigação seja concluída e encaminhada para a Justiça.

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Relembre o caso

De acordo com a Polícia Civil, Rodrigo se hospedou no hotel na última sexta-feira (20) e no sábado abordou Gustavo Correa, empresário e cunhado de Ana Hickmann, no elevador. Com um revólver calibre 38 em mãos, o agressor obrigou Gustavo a levá-lo até o quarto que a apresentadora estava hospedada.

Segundo o capitão da Polícia Militar Flávio Santiago, o assessor da apresentadora começou a discutir com Rodrigo de Pádua sobre suas intenções. "Ele falava palavras desconexas e aparentava sofrer algum tipo de confusão mental", afirmou. O alvo da fúria do agressor seria a apresentadora, alvo de xingamentos e queixas confusas.

Ana Hickmann e Gustavo relataram aos policiais que, no momento da discussão, Rodrigo teria disparado duas vezes e acertado Giovana. As balas atingiram a assessora no ombro e na barriga. O empresário, então, começou a lutar com Rodrigo, tomou-lhe a arma e o acertou três vezes, inclusive na cabeça.

O capitão Santiago afirmou que, na sequência, o cunhado da apresentadora entregou a arma na recepção do hotel e pediu que a polícia fosse chamada.

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