Para atender a pais e filhos mais exigentes, escolas investem em novas modalidades

Letícia Alves - Hoje em Dia
13/09/2014 às 08:12.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:11
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

Já se foi o tempo em que os estudantes tinham à disposição poucas atividades físicas. Para atender a pais e filhos cada vez mais exigentes, as escolas particulares de Belo Horizonte investem na diversificação de modalidades. As aulas são oferecidas nos períodos de educação física ou em horários extras, e quase sempre o benefício tem um custo a mais. O retorno futuro do investimento é um adulto saudável, segundo especialistas.

No Colégio Arnaldo, a capoeira é uma das atividades de sucesso entre os jovens. Os alunos da escola integral contam com a modalidade, além de aulas de circo, música, dança e recreação – com práticas em quadra, piscina e na “fazendinha”.

“Eu acho legal, por causa dos golpes. É um esporte para jogar com nossos amigos e outras pessoas”, disse Eduardo Henrique Alves de Melo, de 10 anos, aluno do Arnaldo. Ele pratica a capoeira há três anos e não pensa em parar.

Assim como ele, outros estudantes podem ser beneficiados com a prática de capoeira, a partir da aprovação do projeto de lei nº 17/2014, no Senado. O texto, em tramitação desde fevereiro, pretende inserir a modalidade na grade curricular de escolas públicas e particulares. Se aprovado, o esporte será oferecido por mestres e profissionais conveniados às escolas, com a supervisão de professores de educação física.

Para a doutora em ciências do esporte e coordenadora do curso de educação física da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG, Kátia Lemos, a diversificação das modalidades é necessária nas aulas de educação física e, como complemento, no contraturno escolar. As práticas, segundo ela, contribuem com o desenvolvimento dos alunos. “Tem impacto direto na postura, equilíbrio, coordenação motora, noções de tempo e espaço, ou seja, em tudo que é necessário para o desenvolvimento físico”, afirmou.

O benefício é bem avaliado pelos pais. “É muito bom para a saúde. O Mateus é uma criança que tem bronquite e asma, e o próprio médico recomendou que ele praticasse sempre atividades físicas”, disse Mauro Sabino, pai do menino, de 9 anos, aluno do Colégio Loyola. Na escola, há uma grande procura por aulas extras tradicionais, como o futsal praticado por Mateus, mas também são oferecidas outras opções, como judô, atletismo e balé.

Aptidões

A oferta de diferentes modalidades pelas escolas contribui para que os estudantes identifiquem aquela na qual melhor se adaptam. Graças às atividades do Colégio Marista Dom Silvério, a filha de Penélope Dias Simões Tarquínio descobriu uma aptidão. “Eu queria colocá-la em um esporte. Começou no balé e tentou o jazz, mas não gostou. Vimos uma apresentação de ginástica rítmica e ela adorou”, contou a mãe.

Letícia tem dez anos e há cinco pratica a modalidade. “Eu sempre achei bonito ver as meninas dançando. A gente aprende a mexer com arco, bola, fita”, disse. Ela pensa em se tornar ginasta profissional.

“Com a ampliação das modalidades oferecidas, o aluno vai conseguir identificar qual é a mais adequada e poderá levá-la para toda a vida. Essa é uma realidade que a gente precisa incentivar para que seja uma regra em todas as escolas”, afirmou a doutora em ciências do esporte Kátia Lemos.

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