Para resolver problemas sanitários na capital, seria preciso investir R$ 5 bilhões

Ana Clara Otoni - Do Hoje em Dia
03/10/2012 às 08:44.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:45
 (Amadeu Barbosa/Hoje em Dia/Arquivo)

(Amadeu Barbosa/Hoje em Dia/Arquivo)

Os números pouco a pouco cresceram com o volume de chuva e com a precariedade da situação das pessoas, entre outubro de 2011 e março deste ano. Agora, com o início do período chuvoso cresce também o receio daqueles que moram perto de encostas e que ainda não conseguiram reconstruir os danos causados pelo temporal de começo de 2012. Um estudo da Prefeitura de Belo Horizonte indica que seriam necessários R$ 5 bilhões para solucionar todos os problemas sanitários da cidade, incluindo os relacionados à drenagem urbana.

Porém, os recursos conquistados até agora estão sendo usados em obras emergenciais e, em alguns casos, de estruturação, segundo o coordenador executivo do Programa de Recuperação Ambiental (Drenurbs) da PBH, Ricardo Aroeira. De acordo com  ele, a ampliação de córregos, canais para contenção de enchentes, sistemas de controle de cheias, recuperação de encostas e a retirada de famílias de áreas de risco são algumas das intervenções que estão sendo realizadas na capital para evitar que o histórico trágico se repita. (Veja a arte no fim da matéria)

"Estamos realizando obras de estruturação na cidade da ordem de R$ 1,1 bilhão, já conquistamos do governo federal R$ 850 milhões, para fazermos a manutenção preventiva dos sistemas de controle nos córregos e canais da cidade, a retirada de lixo e entulho e a reparação com paredes de concreto em alguns casos", explica.

Dos recursos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), a  capital mineira já assegurou R$ 290 milhões para elaboração de projetos executivos e obras. Apenas investimento em infraestrutura também não resolve, na opinião de Aroeira. "Pouca gente acha que é errado jogar lixo em boca de lobo e ainda assim há quem, mesmo sabendo que não está certo, faz. É uma questão de consciência, cada um tem que fazer sua parte", afirma. O entulho lançado nas bocas de lobo não permitem que a água escoe pelas galerias, fazendo subir o nível dos córregos e rios e, com isso, alagamentos e enchentes. 
    

No Ribeirão Arrudas, na altura da região Leste da capital há um depósito de entulho no qual calcula-se que tenham sido retirados 115 toneladas entre janeiro e setembro de 2012. Em 2011 foram 118 toneladas. Além da conscientização da população, Aroeira acredita na importância do trabalho de 400 voluntários treinados pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) que atuam nas áreas de risco alertando os moradores para riscos de alagamentos e enchentes. "Além disso, temos 42 pontos de monitoramento hidrológico que fazem alertas sobre a elevação dos córregos e rios da capital", acrescenta.

No fim do mês, governo deve lançar plano estadual de emergência para período chuvoso

O Plano de Emergência Pluviométrica (PEP) 2012/2013 para Minas Gerais será lançado no dia 26 de outubro, em Belo Horizonte e, por isso, o governo do Estado não quis antecipar quais ações devem ser adotadas no período chuvoso. Em uma reunião realizada no início de setembro, o chefe do Gabinete Militar do governador e coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Luís Carlos Martins, disse que o objetivo do plano é garantir a coordenação eficaz dos órgãos estaduais para amenizar eventuais transtornos e divulgar as ações de apoio aos municípios afetados pelas chuvas.

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