Parque do Rola-Moça alerta para aumento do abandono de animais no fim do ano

Da Redação*
19/12/2019 às 21:10.
Atualizado em 05/09/2021 às 23:05
 (Sabrina Resende / Parque do Rola-Moça)

(Sabrina Resende / Parque do Rola-Moça)

O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça está fazendo uma campanha para alertar sobre o aumento de animais abandonados na área da unidade de conservação que fica na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A prática, que fica ainda mais recorrente no fim do ano e configura crime ambiental, motivou uma mobilização na internet no período conhecido como Dezembro Verde.

"A gente percebe que são animais abandonados porque eles têm comportamentos domesticados, obedecem a ordens, não são agressivos e não entram em lugares desconhecidos", explica Sabrina Rita Resende, monitora ambiental.

Como nessa época do ano é comum as pessoas viajarem para festas de fim de ano, o problema se intensifica. "Nosso objetivo é mobilizar de alguma forma, mostrar que essa situação é crime e existe um canal de denúncias", diz Sabrina.

Segundo a Lei de Crimes Ambientais, essa conduta gera detenção de três meses a um ano, além de multa. Já o Código Penal traz pena de detenção de 15 dias a seis meses, ou multa. O telefone para quem quiser denunciar esse tipo de crime é o 181.Sabrina Resende / Parque do Rola-Moça 

Por e-mail, WhatsApp e pelas redes sociais, a unidade tem encaminhado mensagens destacando que o abandono de animais é crime, tanto de acordo com o Código Penal quanto com a Lei de Crimes Ambientais. 

Para o diretor de Unidades de Conservação do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Cláudio Castro, o abandono de animais domésticos, por si só, já é um grande problema. Quando isso acontece nas unidades de conservação, o impasse é ainda maior. “Animais domésticos em unidades de conservação interferem diretamente na vida das espécies que são preservadas nas unidades. Eles acabam competindo por recursos com as espécies nativas e transmitem doenças aos animais silvestres. Por isso, é muito importante que a população seja informada, porque somente uma mudança de atitude poderá alterar definitivamente essa situação”, afirma.

A monitora destaca ainda que as pessoas precisam ter a noção de que, quando escolhem ter cachorro, gato, ou qualquer outro animal doméstico, ele depende de um responsável. "Os animais não podem ser considerados como bichos de pelúcia, que você não quer mais e joga fora. Além da alimentação, é importante ter carinho", orienta. 

Em 2020, a ideia do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça é desenvolver uma campanha maior, inclusive com atividades externas que poderão ser compartilhadas também por outros parques.

Quando os animais são encontrados, o parque faz uma divulgação para tentar encontrar quem adote os bichos. No caso de Belo Horizonte, a prefeitura faz o recolhimento, mas as demais cidades do entorno não possuem o mesmo serviço.

Números do abandono

Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), em 2017, foram registradas 3.961 denúncias de maus tratos a animais em Minas. Em 2018, esse número subiu para 4.071 e, de janeiro a novembro deste ano, já são 4.564 casos, 12% de aumento mesmo sem os dados de dezembro. Como não há estratificação por abandono, esse tipo de registro é enquadrado como maus tratos.

*Com Agência Minas.

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