Parque Nacional da Serra da Gandarela é oficialmente criado com área total de 31,2 mil hectares

Bruno Porto e Danilo Emerich - Hoje em Dia
14/10/2014 às 15:30.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:37
 (Maurício de Souza)

(Maurício de Souza)

O decreto da presidente Dilma Rousseff publicado nesta terça-feira (14), no Diário Oficial da União, cria o Parque Nacional da Serra do Gandarela. A reserva era uma demanda histórica de ambientalistas e comunidade local, e mantém viável o projeto Apolo, da Vale, orçado em R$ 4 bilhões para a exploração de minério de ferro.   Segundo o decreto, as delimitações foram definidas por satélite entre 2007 e 2009 e também em 2012. O Parque abrange os municípios de Nova Lima, Raposos, Caeté, Santa Bárbara, Mariana, Ouro Preto, Itabirito e Rio Acima, em uma área total de 31,2 mil hectares. As exceções serão as áreas necessárias a operação e manutenção das Linhas de Distribuição existentes Taquaril - Mariana 1, Subestação Santa Bárbara 1, Santa Bárbara 1 - Mineração Serra Geral, Ouro Preto 2 - Mariana 1 e seus respectivos acessos. As zonas rurais dentro do parque foram declarados de utilidade pública para fins de desapropriação.   A zona de amortecimento da reserva será definida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que será o responsável pela implementação, operação e proteção do local.   “Tanto nós do ICMBio como os ambientalistas gostaríamos de uma área maior para o Parque, mas tivemos que construir um acordo, que no final foi bom para todos. A Vale terá o projeto Apolo, mas não com a área que eles pediram e nem com a que nós sugerimos. É um tamanho intermediário”, afirmou o presidente do ICMBio, Roberto Vizentin.   O ICMBio será o responsável pela administração do Parque e o presidente afirmou que em 2015 será aberto concurso público e que ainda este ano o quadro de funcionários vão aumentar. O gestor do parque deverá ser um analista do ICMBio. “Não há impedimento de um nome externo, mas a tendência é indicar alguém de dentro (do ICMBio)”, disse. O foco, segundo ele, será o turismo ecológico e de aventura.   Entenda o imbróglio: A Vale planeja uma mina de ferro com capacidade para 24 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano e, inclusive, já iniciou o licenciamento ambiental. Para o investimento e futuras expansões, solicitou uma área de 5,3 mil hectares. Um grupo de estudo multisetorial, inclusive com ambientalistas, outras mineradoras e o ICMBio, se reuniu para definir qual seria a área do Parque. Houve acordo com todas as mineradoras, exceto a Vale. O grupo decidiu que a Vale teria uma área de 1,7 mil hectares, o que a empresa considera inviável para um investimento de R$ 4 bilhões. Segundo Roberto Vizentin, a área acabou aceitando uma área intermediária entre o que ela pediu e o que lhe foi oferecido anteriormente.

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