Parte dos caminhoneiros que circulam por Minas Gerais estão de braços cruzados nesta quarta-feira (25). Segundo o diretor regional do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), Antônio Vander, cerca de 60% da categoria está parada como forma de protesto contra as regulamentações impostas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A previsão é que até o final do dia todos participem do movimento, o que poderá comprometer o abastecimento à população.

Ainda na tarde desta quarta, uma manifestação pacífica, ainda sem local definido, vai ser realizada pelos caminhoneiros. "A ação será feita em um local que não comprometa o trânsito nas rodovias mineiras", garantiu Vander.

Conforme o MUBC, entre as medidas da ANTT criticadas, estão a que regulamenta a profissão, o cadastro de autônomos e outras mudanças que teriam reduzido o valor do frete pago pelas empresas.

Além disso, eles protestam contra o descanso de 30 minutos a cada quatro horas rodadas. "As estradas não oferecem estrutura para esse descanso obrigatório. Onde vamos dormir? Se for em posto de combustível, por exemplo, teremos que pagar pelo abastecimento", comenta o diretor.

A alta carga de impostos também é alvo de reclamações dos caminhoneiros. "O governo considera que um caminhoneiro lucra 40% do que fatura. Mas 50% é só para pagar o diesel", disse José Acácio Carneiro, em entrevista à Agência Estado.

Segundo o Sindicato da União Brasileira dos Caminhoneiros, são 300 mil caminhoneiros em Minas e 5 milhões em todo o país.

Outros Estados

A greve dos caminhoneiros também deve fechar três rodovias na região de Franca, no interior paulista. Pelo menos é o que pretende Jonas Elias Ferreira, que preside o Sindicato dos Caminhoneiros local. Foram definidos três pontos de atuação.

Um dos locais de concentração do movimento será no posto de combustíveis da região conhecida como Buritizinho, na rodovia Ronan Rocha - que liga os municípios de Franca e São José da Bela Vista. Na mesma rodovia, no trecho entre Franca e Patrocínio Paulista, também será montado um de bloqueio. O outro
ponto de concentração será no Posto Paineirão, na rodovia Cândido Portinari, entre as cidades de Franca e Cristais Paulista.

Em Curitiba, os caminhoneiros do Paraná, ao menos na visão de entidades representativas, estão divididos quanto à paralisação no Estado. O apelo de parece não ter convencido toda a categoria.

O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, Dilmar Buerno, disse que a paralisação é equivocada. "Não é uma convocação legítima, é uma ação equivocada que não foi discutida com a categoria."