Parto será restrito em todas as maternidades públicas da capital mineira

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
27/06/2018 às 20:42.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:03
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

A restrição a partos de mulheres vindas de cidades que não têm convênio com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) será aplicada a todas as maternidades públicas da capital. Além do Sofia Feldman, a medida será adotada em mais seis hospitais nos próximos meses. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), o fechamento da rede obstétrica do Sistema Único de Saúde (SUS) para gestantes de outros municípios foi definido após reuniões técnicas com equipes do governo do Estado. A mudança será implantada progressivamente, e também vai abranger o Hospital das Clínicas, Santa Casa (Hilda Brandão), Odete Valadares, Odilon Behrens, Júlia Kubistchek e Risoleta Neves.

Com a reestruturação proposta, a ideia é reduzir prejuízos financeiros para a rede de saúde da metrópole, que vem arcando com os custos dos procedimentos de mulheres residentes em centenas de outras localidades. Segundo a prefeitura, 4.800 partos nessas condições foram feitos em BH no ano passado sem que o Executivo recebesse por eles.

A SMSA não informou quais municípios são conveniados à capital. No entanto, disse que o processo de pactuação “não evoluiu em cidades do interior do Estado”. 

Nesta semana, o Sofia Feldman, na zona Norte, já teve a restrição implantada. Como o Hoje em Dia mostrou com exclusividade, somente gestantes de Ribeirão das Neves e Santa Luzia, ambas na região metropolitana, serão atendidas na unidade de saúde. A meta é que, até julho de 2019, apenas 22,5% dos partos sejam de pessoas não residentes de BH e das duas cidades.

Orientação

Com as novas regras, a Maternidade Hilda Brandão, da Santa Casa, terá que focar o atendimento apenas nas pacientes da capital e de Sabará, também na Grande BH.

Segundo o provedor do hospital, Saulo Levindo Coelho, não foi feita uma orientação direta para a direção sobre os pacientes transferidos. Mas, segundo ele, as marcações são feitas pela central da prefeitura, sem passar pela administração das unidades.

“Como atendemos pelo SUS, temos que seguir essa regra. Cabe a eles a definição de quem chega até nós, a não ser nas emergências. Se uma mulher chegar tendo o filho aqui não vamos deixá-la no corredor”, afirma Saulo. 

Em maio foi percebida uma maior participação de gestantes da capital nos atendimentos feitos na Santa Casa, informou o provedor. Foram 327 partos, dos quais 243 (74%) de belo-horizontinas. 

Procuradas, as outras maternidades responderam, em nota, ainda não terem sido notificadas sobre a mudança.

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