Passageiros fazem 40 queixas por dia contra ônibus de BH

Simon Nascimento*
scruz@hojeemdia.com.br
19/09/2018 às 20:31.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:32
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

O transporte coletivo da capital mineira gera 40 reclamações de usuários a cada dia. Ao todo, de janeiro a junho deste ano, foram 7.068 queixas feitas à BHTrans – 14% a mais do que o registrado no mesmo período de 2017. A quantidade de multas aplicadas às empresas infratoras também chama a atenção. Nos primeiros seis meses de 2018 foram 12.853 punições, uma média de 71 a cada 24 horas.

Condutores que não param nos pontos de embarque e desembarque e o descumprimento do quadro de horários das linhas estão entre as principais denúncias dos passageiros. Para a técnica de enfermagem Cynthia Natale, de 28 anos, a retirada dos cobradores de várias linhas da metrópole afetou a qualidade do serviço. “Deixaram para o motorista a responsabilidade de dirigir e cobrar a passagem. É um risco que a gente corre, porque ele não tem a visão completa do ônibus”.

A superlotação também é um problema, destaca Cynthia. “É ridículo ter aquela plaquinha dizendo que podem tantas pessoas em pé e sentadas, porque sabemos que isso não acontece”, disse.

O barulho dos vidros batendo nas janelas dos veículos é um dos incômodos relatados pela auxiliar de dentista Valéria Ferreira, de 52 anos. “Acontece porque a borracha está desgastada. Além disso, os ônibus sempre estão cheios e muito sujos”, completa.

De janeiro a junho deste ano, a BHTrans emitiu 1.178 suspensões de tráfego, punição que proíbe a circulação do coletivo por algum problema, como mecânico

Pente-fino

De acordo com a BHTrans, vistorias nos coletivos são feitas nas garagens das empresas e nos pontos finais das linhas. Fiscais da autarquia verificam cerca de 80 itens, como estado de conservação dos pneus e freios e funcionamento das portas e elevadores, além da limpeza dos veículos e condições dos bancos, das janelas e ar-condicionado. Em casos mais graves, como problemas que possam afetar a segurança dos passageiros, os veículos são recolhidos.

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) informou que a manutenção da frota está em dia. A entidade afirma ter havido “erros de fiscalização” por parte da BHTrans, “já que muitos veículos recolhidos apresentavam pequenas avarias, muitas vezes causadas por vândalos, que poderiam ser consertadas nos intervalos entre as viagens”.

O sindicato disse ainda que “muitas vezes a BHTrans realiza o recolhimento desses veículos em horário de pico, causando enorme transtorno e comprometendo o sistema de atendimento à população”. 

Por sua vez, a BHTrans esclareceu, em nota, que a fiscalização do transporte coletivo na capital está estabelecida nos contratos de prestação de serviço assinados entre as concessionárias e a prefeitura. “Apenas com todos os itens em acordo com as normas de segurança é emitida a autorização de tráfego para que o veículo possa prestar o serviço à população e cabem as empresas operadoras, por meio de suas garagens, fazer trabalhos de manutenção preventiva e corretiva em seus veículos”.

*Colaborou Lucas Eduardo SoaresEditoria de Arte

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