Patrimônios mundiais, como a Pampulha, terão incentivos ao turismo

Simon Nascimento
12/04/2019 às 20:31.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:13
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Prestes a completar três anos, em julho, desde que conquistou a chancela de Patrimônio Mundial Natural e Cultural, o Conjunto Moderno da Pampulha será contemplado com um plano de manutenção e conservação da riqueza arquitetônica. As ações serão realizadas pelo Ministério do Turismo em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Neste sábado, o líder da pasta, ministro Marcelo Álvaro Antônio, lança em Belo Horizonte a Política Nacional de Gestão Turística do Patrimônio Mundial Natural e Cultural. A criação do programa foi decretada nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro. O intuito é fomentar a economia por meio dos atrativos turísticos no Brasil e atuar na conservação dos bens.

Em Minas, além da Pampulha, os centros históricos de Ouro Preto e Diamantina e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, também têm o título mundial. Entretanto, segundo Kátia Bogéa, presidente do Iphan, os monumentos que compõem o complexo da Pampulha estão em estado mais crítico se comparados com os demais e demandam um esforço maior.

A expectativa da gestora é a de que, com o decreto, o cartão-postal de BH seja contemplado com ações que ajudem na manutenção da chancela concedida pela Unesco em 2015. “É um espaço urbano que está em uma grande capital e a gestão envolve várias instituições. Outro agravante é que água da lagoa ainda é muito poluída. É um processo mais complexo de restauração”, explica.

Atualmente, a Igreja de São Francisco de Assis passa por restauração da estrutura. No segundo semestre está previsto o início da revitalização da Praça Dino Barbieri, em frente ao templo, e a reforma completa do Museu de Arte da Pampulha (MAP).

As obras vão custar, no mínimo, R$ 6 milhões. Os investimentos são do Iphan e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os projetos do museu e da praça ainda estão em fase de elaboração.

Dois impedimentos às ações desenvolvidas no local, conforme Kátia Bogéa, são a demolição de um prédio anexo ao Iate Tênis Clube e a limpeza da água da Lagoa da Pampulha. Segundo o Iphan, esses problemas são resolvidos de maneira compartilhada com a PBH e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).

Procurada, a prefeitura informou que vai apresentar “propostas afirmativas para o reforço turístico do Conjunto Moderno da Pampulha”. O Executivo comemorou a assinatura do decreto e ainda informou que as imposições feitas pela Unesco estão sendo cumpridas. Sobre o tratamento da água, a administração municipal espera que, até o fim de abril, a água atinja um nível satisfatório de qualidade. Para isso, foram investidos, desde outubro de 2018, R$ 16 milhões e retiradas, diariamente, cerca de 10 toneladas de lixo da lagoa. O Iepha foi procurado, mas não se posicionou.

Enquanto os órgãos trabalham para a manutenção do principal cartão-postal da metrópole, turistas aprovam as condições do Conjunto Moderno da Pampulha. De férias na capital mineira, o casal Ismael Ferreira, de 61 anos, e Raquel Baptista, de 49, ficou encantado com os contornos da Igreja de São Francisco de Assis. Eles não puderam entrar no templo devido às obras de reparo.

“Quando a gente pesquisa na internet a primeira resposta de local para visitar em BH é a Pampulha. É um espaço muito bonito, que está bem cuidado”, avalia Raquel. Para o marido, a atenção deve ser especial com a limpeza e casos de vandalismo. “Faz parte da história e é belíssimo. Por isso todo cuidado é pouco”, opina.

Ponto a Ponto

A Política Nacional de Gestão Turística do Patrimônio prevê o cumprimento de dez metas para 2019. Entre elas está a criação de um decreto federal para a gestão turística dos bens listados como patrimônio mundial, elaboração de um Programa Nacional de Turismo Cultural, atualização de um guia de sinalização turística, produção de guias para cada patrimônio mundial e criação de linhas de crédito para melhoria, conservação e manutenção de empreendimentos turísticos. Maurício Vieira 

De férias em BH, o casal Ismael Ferreira e Raquel Baptista ficou encantado com a igrejinha 

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