PBH admite receio ao permitir volta de 13,5 mil empresas a partir de segunda

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
05/06/2020 às 20:22.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:42
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Menor velocidade de transmissão da Covid-19 e vagas disponíveis nos leitos de enfermaria e UTIs. Esses foram os fatores que garantiram que Belo Horizonte avançasse em mais uma etapa da flexibilização social. Decreto publicado hoje, assinado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD), autoriza a reabertura de lojas que estavam fechadas desde 18 de março.

A partir de segunda-feira, cerca de 15 mil pessoas vão voltar ao trabalho. Com mais gente circulando, a metrópole também aumentará a quantidade de ônibus. A estimativa é a de que mil novas viagens sejam acrescidas às atuais 14,2 mil. Os critérios de segurança para os coletivos foram mantidos. Todos os veículos terão que rodar com álcool em gel e sinalização indicando a distância segura a ser mantida entre os passageiros.

Ao anunciar a nova etapa da flexibilização, a prefeitura não descartou o receio de que os casos da doença aumentem na cidade. Mesmo assim, optou por arriscar. A cidade registra 58 óbitos pela Covid-19 e mais de 2,2 mil infectados.

“A gente está com medo, nós não sabemos o que vai acontecer. Mas, como temos uma folguinha nos leitos, tanto de UTIs quanto de enfermaria, e da semana passada para essa a velocidade da transmissão do vírus caiu um pouco, a gente achou que podia correr o risco de colocar essas pessoas trabalhando”, disse o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado.

No total, quase 13.500 empresas vão voltar a abrir as portas. Lojas de roupas, shoppings centers, bares e restaurantes, contudo, ficaram de fora desta fase e seguem sem previsão de reabertura. Os critérios avaliados para decidir os estabelecimentos contemplados na flexibilização foram técnicos, garante o Executivo.

De acordo com o infectologista Estevão Urbano, que faz parte do Comitê de Combate à Covid na capital, especialistas se debruçaram em estudos para tentar tomar a decisão mais acertada, que não exponha a população a um risco tão grande, mas que permita o retorno gradual das atividades econômicas.

“Essas decisões são difíceis. Mas não tem como agradar a todos ao mesmo tempo. As cidades que abriram muito rapidamente, para atender a todos os segmentos, foram as que logo entraram em lockdown (confinamento)”, reforçou o especialista.

BH foi uma das primeiras capitais a decretar o isolamento social. A medida, segundo o secretário de Saúde, salvou a vida de pelo menos 300 moradores da capital. Com a reabertura de novos setores comerciais, o Executivo ficará de olho na ocupação dos leitos hospitalares.
 

Além disso
Minas confirmou 21 mortes por Covid-19 ontem, um recorde em apenas 24 horas desde o início da pandemia no Estado. No total, já são 344 óbitos provocados pela doença. Outros 182 são investigados. Entre as pessoas que perderam a vida recentemente, três são de Belo Horizonte, cidade que mais têm mais óbitos em Minas (58). A segunda na lista é Juiz de Fora, com 30. Ainda sobre os óbitos, 53% eram do sexo masculino, 86% tinham alguma comorbidade e 74% mais de 60 anos. 


O novo boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) também aponta a confirmação de 13.995 casos da enfermidade – 961 a mais do que o levantamento anterior. Atualmente, 7.703 pessoas diagnosticadas com a doença são acompanhadas pelas autoridades de saúde. Desde o início da pandemia, 2.046 mineiros tiveram de ser hospitalizados no Estado. Até o momento, 487 municípios mineiros confirmaram ao menos um caso do novo coronavírus.

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