
Um aplicativo de celular é o mais novo aliado da Prefeitura de Belo Horizonte para um melhor acompanhamento de casos suspeitos de Covid-19 na capital. Por meio da câmera do aparelho celular, a tecnologia é capaz de aferir as frequências cardíaca e respiratória e a saturação de oxigênio de pacientes que passaram pelas teleconsultas gratuitas e são monitorados pelas equipes de saúde.
De acordo com o gerente da Rede Ambulatorial Especializada da Secretaria Municipal de Saúde, André Luiz de Menezes, a ferramenta será usada quando houver uma hipótese diagnóstica de Covid-19 para o paciente atendido de maneira on-line. O médico passará o link do aplicativo para o paciente, que será monitorado pela tecnologia por até 14 dias.
“A pessoa vai colocar a câmera de frente para o rosto, em um local de boa luminosidade, e o aplicativo vai fazer uma leitura de alguns dados vitais, por meio de algoritmos. O aplicativo permite uma avaliação do quadro do paciente e vem sendo usado com sucesso em diversos países”, explicou Menezes.
A própria plataforma digital enviará os dados para os profissionais especializados em fazer o monitoramento dos pacientes. Dependendo da alteração dos dados, o paciente poderá ser orientado a buscar assistência médica presencial.
Até o momento, 7 mil pessoas já passaram pelas teleconsultas da prefeitura. Para ter acesso à tecnologia, a pessoa deve obrigatoriamente ser cadastrada em um centro municipal de saúde. Segundo André, a prefeitura tem 39 mil licenças de uso do aplicativo, que pode ser utilizado para monitorar até 150 mil pessoas – já que, quando alguém deixa de ser monitorado, a licença de uso pode ser usada por outro paciente.
Se a pessoa for cadastrada em um centro de saúde, será atendida mesmo que não esteja em Belo Horizonte. “Tivemos o caso de uma paciente que estava em São Paulo e verificamos, durante a consulta, que estava em uma situação mais grave. Nós mesmos entramos em contato com o sistema de saúde de São Paulo e verificaram que precisava de internação”, contou Menezes.
A tecnologia foi adquirida pela Vale e concedida para algumas prefeituras brasileiras. A aplicação dela em Belo Horizonte conta ainda com uma parceria com a Unimed-BH.
Atendimento personalizado
Menezes explica que a tecnologia deve ser usada apenas pelo paciente que passou pela teleconsulta. “Se outra pessoa usar, o aplicativo irá mandar dados para as equipes de monitoramento que não são do paciente monitorado. Caso haja outra pessoa da família com sintomas, nossa orientação é que ela também faça o cadastro para ter uma teleconsulta”, explicou.
Um mesmo celular pode ser usado por diferentes usuários do aplicativo – para atender as famílias em que mais de uma pessoa utiliza o aparelho. Cada paciente entrará no sistema com seu próprio CPF para fazer a coleta de dados.
Como funciona a teleconsulta
A pessoa acessa o portal da prefeitura ou o PBH APP e se cadastra para uma "Consulta On-line Coronavírus". Após confirmar o cadastro no SUS-BH, o paciente entra em uma tela para escolha da data e horário da teleconsulta, dentro da disponibilidade da rede SUS.
No dia e hora agendados, o usuário entra novamente no sistema com seus dados cadastrais (CPF e data de nascimento) e terá acesso à consulta por vídeo. De acordo com o diagnóstico levantado, ele poderá receber orientações de isolamento domiciliar e receita de medicamento, que seguirá escaneada no e-mail de cadastro informado. Com a impressão da receita, o paciente poderá buscar o medicamento no Centro de Saúde de sua área de abrangência.
A pessoa com suspeita de Covid-19 seguirá ainda em telemonitoramento, por telefone, pela equipe da unidade de atendimento que irá ligar a cada 48h, de acordo com a indicação médica, para avaliar a evolução dos sintomas relatados.