PBH deve concluir censo sobre jacarés que habitam a Lagoa da Pampulha até janeiro

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
22/08/2018 às 10:26.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:02
 (PEDRO GONTIJO)

(PEDRO GONTIJO)

Que a Lagoa da Pampulha é habitada por jacarés, isso não é novidade para ninguém. O que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) quer saber agora é quantos répteis vivem em um dos principais cartões-postais da capital mineira. Por isso, o Executivo abriu licitação nesta semana para contratar uma empresa que fará o censo demográfico dos jacarés. A intenção é fazer o monitoramento e acompanhar a situação dos animais.

O estudo mostrará quantos anos tem cada jacaré, a qual espécie pertence, os locais de reprodução e também se há interação dos répteis com outros animais da lagoa e com o meio ambiente. A previsão é que o estudo comece ainda neste ano, dure quatro meses e revele os primeiros resultados, como a quantidade de répteis, até janeiro de 2019.

Esportes náuticos

O censo ainda trará resposta para uma pergunta feita há anos pelos belo-horizontinos: é seguro praticar esportes náuticos na Lagoa da Pampulha? De acordo com o gerente de Defesa dos Animais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Leonardo Maciel, o que se tem conhecimento por enquanto é que o jacaré de papo amarelo é uma das espécies na Pampulha.

Ele têm aproximadamente dois metros, se alimenta de peixes, pequenas aves e tartarugas, e não oferece risco para a população. "O jacaré de papo amarelo não ataca humanos. Então, se for apenas ele, poderia sim liberar a prática de esportes náuticos na Pampulha", garantiu.

Segundo Maciel, o único caso de ataque da espécie registrado no mundo foi de humanos que tentaram retirar um jacaré de uma rede de pesca. Mas ele afirma que é possível conviver no mesmo habitat dos répteis. "Existe um temor porque as pessoas geralmente confundem o jacaré de papo amarelo com crocodilos africanos", explicou.

Convivência

O gerente de Defesa dos Animais declarou que, aparentemente, não há necessidade ou intenção de retirar os jacarés da Pampulha. Contudo, se o censo revelar que há excesso de jacarés no espaço, a PBH já adiantou que irá propor um plano de manejo junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de controle reprodutivo, como a retirada de ovos.

Uma das preocupações dos ambientalistas é saber se os jacarés estão acasalando com parentes próximos, o que provocaria problemas genéticos nos animais. "O censo pretende obter um diagnóstico com fins de preservação ambiental e cuidados com animais e pessoas", frisou Maciel.

Licitação

Para fazer a levantamento, a equipe contará com barcos, que navegarão na lagoa de dia e à noite. As empresas interessadas em fazer o censo dos jacarés devem credenciar-se junto às agências da Caixa Econômica Federal para conseguir uma senha de acesso. Todas as informações sobre o procedimento e também sobre o edital podem ser consultadas no site www.licitacoes.caixa.gov.br.

Conforme a PBH, as propostas serão abertas às 8h30 do dia 11 de setembro e, a partir das 9h30, terá início a sessão de disputa de preços.

Capivara

Outras moradoras ilustres da Lagoa da Pampulha são as capivaras. Conforme Leonardo Maciel, aproximadamente 65% delas já foram capturadas, esterilizadas e devolvidas para o local. A expectativa é que o trabalho seja concluído até o mês que vem.

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