PC prende dez pessoas, sete de uma mesma família, por fraude em indenizações de Brumadinho

José Vítor Camilo
08/07/2019 às 18:33.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:27
 (PC/Divulgação)

(PC/Divulgação)

Uma investigação da Polícia Civil (PC) terminou com dez pessoas presas, sendo sete delas de uma mesma família, suspeitas de fraudarem declarações de saúde para receberem indenizações da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para terem acesso ao benefício, os suspeitos pagaram por declarações de um Posto de Saúde da Família (PSF) do município. As informações foram divulgadas pela corporação nesta segunda-feira (8).

Em entrevista coletiva, a delegada Ana Paula Gontijo explicou que as investigações começaram após ser levantada a suspeita sobre algumas declarações concedidas pela unidade de saúde, localizada no bairro Bela Vista. "Apuramos que uma pessoa produzia o documento não só nos padrões, mas tendo falsificado também o carimbo do posto e a assinatura da enfermeira responsável. Na última quinta-feira (4) conseguimos prender sete pessoas que têm ligação familiar, sendo que seis delas vivem em Sarzedo e utilizaram o endereço de um parente que realmente residia em Brumadinho", detalhou. 

Os lucros com as indenizações variam de R$ 5 a R$ 15 mil, uma vez que alguns deles declararam também que os filhos residiam na cidade afetada pelo rompimento da barragem em janeiro deste ano. A indenização dá direito a um salário mínimo por adulto, meio por adolescente e um quarto para cada criança que reside em áreas afetadas direta ou indiretamente pela tragédia. 

"Após colher os depoimentos destas pessoas, descobrimos que cada um pagou de R$ 500 a R$ 700 pelas declarações. E hoje (segunda) chegamos até esse fornecedor e um outro casal, que também recebeu a indenização com uso de documentos falsos. Esse casal, como não tinha vínculo familiar com os restantes, pagou um valor maior, cerca de R$ 4 mil, sendo metade deste dinheiro para uma mulher que emprestou o endereço para eles", completa a delegada. 

'Cancelem o benefício para evitar prisão em flagrante', diz delegada a possíveis fraudadores

Todos os envolvidos responderão por estelionato e, a maior parte deles, também por formação de quadrilha. Além disso, a moradora que emprestou o endereço de sua casa poderá responder por falsidade ideológica. 

"A prescrição do crime de estelionato é de 12 anos, portanto, se antes disso a gente conseguir averiguar e a pessoa ainda estiver fazendo uso do benefício, a pessoa pode ser presa em flagrante. Por isso, eu falo que, quem estiver fazendo uso desse beneficio de forma irregular, cancele ele para evitar a prisão em flagrante e, se devolverem os valores, podem ter ainda uma diminuição da pena, que é de até 5 anos de reclusão", alertou a delegada Ana Paula Gontijo. 

A Prefeitura de Brumadinho foi procurada para falar sobre a fraude envolvendo um posto de saúde da cidade, mas devido ao horário, ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.

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