(Lucas Prates)
Milhares de peças automotivas sem condições de uso foram restauradas e vendidas como novas em lojas de pelo menos sete cidades mineiras. Ao menos cinco estabelecimentos - quatro em Belo Horizonte e uma em Timóteo, no Leste –revendiam os componentes adulterados. Os locais foram fechados pela polícia ontem.
Onze pessoas foram presas durante a ação e outra está foragida. O esquema envolve, a princípio, criminosos na capital, Ribeirão das Neves, Contagem, Ibirité, Itaúna, Nova Lima e Timóteo.
Investigadores apuram se a quadrilha estaria atuando em mais municípios de Minas. Notas fiscais apreendidas nos galpões vistoriados serão analisadas na tentativa de localizar outras lojas envolvidas na atividade criminosa.
As investigações que resultaram na operação Lombada, liderada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), que inclui as Polícias Federal (PF), Rodoviária Federal (PRF) e Civil, começaram há seis meses.
“Os suspeitos compravam peças sucateadas de ferros-velhos, poliam e pintavam o material, colocavam em caixas de fabricantes reconhecidos pelo mercado e vendiam como novas. Um crime que colocava em risco a vida de pessoas que poderiam se envolver em acidentes de trânsito por conta disso”, frisou o delegado da PF e coordenador da Ficco, Alexsander Castro de Oliveira.
Quatro dos homens detidos são suspeitos de falsificação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Esquema
Os policiais chegaram ao grupo após investigar traficantes de armas na capital. Por esse crime, uma pessoa foi presa. Durante as apurações, foram descobertos grupos que, de acordo com a Ficco, roubavam veículos e adulteravam os chassis para revenda.
Os suspeitos devem responder por roubo, furto, receptação, organização criminosa e adulteração, com penas que podem chegar a 28 anos de cadeia.