Pedestres sofrem ataques de balas de borracha em bairros da capital mineira

Tatiana Lagôa e Cinthya Oliveira
horizontes@hojeemdia.com.br
18/01/2018 às 20:52.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:50
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Pedestres que circulam pelas ruas da capital mineira estão sendo alvo de balas de borracha oriundas de armas de pressão. Os ataques começaram a ser denunciados nesta quinta-feira (18) nas redes sociais. Segundo as vítimas, a ação é rápida e ocorre em locais movimentados. Os tiros são certeiros. 

Em nenhum dos casos narrados os atiradores foram descobertos. As polícias Civil e Militar afirmam desconhecer as investidas, uma vez que nenhuma ocorrência sobre os casos foi registrada. 

Por outro lado, pelo menos seis pessoas afirmam terem sido atacadas em pouco mais de uma semana. Os casos ocorreram no Centro e nos bairros de Lourdes (região Centro-Sul) e no Carlos Prates (Noroeste).

Raiva

Um dos mais recentes foi o da empresária Camila Lanna, de 29 anos. Ela conta que foi alvejada três vezes por balas de airsoft, esporte de ação que simula situações de combate. 

O ataque ocorreu na rua da Bahia, próximo à Tupinambás, no Centro, no início da noite da última terça-feira (16).  “Infelizmente eu não tomei providências porque na hora achei que fosse só alguém doido que tacou uma pedra”, disse. 

O tiro deixou a perna dela com uma ferida e uma mancha. Em publicação no Facebook, a empresária contou ter chorado não só de dor,  mas também de raiva. “Por que cargas d’água alguém faz isso?”, questiona.

Essa é a mesma pergunta que fazem as demais vítimas. Um deles é o fotógrafo Thiago Santos, de 26 anos. Ele conta ter sido atacado enquanto jantava com a família na área externa de um restaurante no Lourdes. 

O primeiro disparo acertou as costas da sogra de Thiago. Em seguida, o rapaz foi atingido no peito. “Saímos correndo para dentro do restaurante. Quando voltamos para a mesa, encontramos duas esferas brancas no chão, com cerca de cinco milímetros de diâmetro cada uma. Descobrimos que se tratava de tiros de airsoft”, relembra o fotógrafo.

Gerente do restaurante, Michel Macedo conta que os garçons chegaram a procurar o atirador pelas ruas da região, mas tudo indica que o suspeito estivesse em um carro. “A única chance era o tiro vir do veículo que passava na hora. Mas foi tudo muito rápido”.

Punição

Segundo a vice-presidente do Instituto de Ciências Penais (ICP), a advogada Carla Silene Cardoso, quem ferir outra pessoa com arma de pressão fora do ambiente do jogo pode responder por lesão corporal leve ou grave, dependendo do grau do dano causado. A pena varia de três meses a oito anos de prisão. 

A especialista explica que qualquer pessoa, com mais de 18 anos, pode comprar uma arma de airsoft. O equipamento não é considerado uma réplica por ter o cano pintado de vermelho. 

Segundo a Polícia Civil, só após denúncias um inquérito será aberto para apurar o caso.

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