(Eugênio Moraes)
Por estar longe da época em que o sol escaldante do verão chega a incomodar, muita gente se descuida dos cuidados com a pele. E o protetor solar geralmente é o primeiro a ser negligenciado. Um erro grave, de acordo com dermatologistas, porque a incidência de raios ultravioleta (UV) não dá trégua nesse período.
Segundo o professor de dermatologia do Hospital das Clínicas (HC) Claudemir Aguilar, quando o tempo está nublado, as nuvens conseguem bloquear apenas 20% dos raios UV. Os outros 80% continuam atingindo a superfície terrestre. Ele alerta que esses raios têm a capacidade de provocar queimaduras solares e, a longo prazo, câncer de pele. “O risco aumenta quando as pessoas, por causa da sensação de frio, ficam mais expostas ao sol para se aquecerem”.
Para quem vai aproveitar as férias para passear, ou praticar esportes ao ar livre, a dermatologista Ana Cláudia Soares é categórica. O protetor solar, com Fator de Proteção Solar (FPS) mínimo de 15, deve ser aplicado meia hora antes da exposição, e de forma generosa. Ele tem que ser reaplicado a cada duas horas e sempre após suor excessivo ou mergulho. “Pessoas com pele e olhos claros precisam de mais proteção, utilizando filtro com FPS 30”, informa.
Proteção infantil
Carlos Henrique Santos, de 36 anos, admite não gostar de passar o protetor solar, porém, depois de muita insistência da esposa, ele aderiu ao produto antes de fazer a caminhada diária, na praça JK, zona Sul de Belo Horizonte. “Não gosto de ficar ‘grudento’ de creme, mas sei que o cuidado é importante”.
Ana Cláudia, que também é membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia, regional Minas Gerais (SBD-MG), explica que os cuidados com a pele devem começar cedo, e as crianças precisam ser protegidas por filtros solares a partir dos 6 meses. “Até os 6 anos, somente podem ser utilizados os filtros infantis. Nada de passar o mesmo protetor solar que a mãe usa”, adverte.