Perigo na Internet: crimes virtuais aumentam 50% ao ano

Ernesto Braga - Do Hoje em Dia
03/12/2012 às 06:55.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:00
 (Toninho Almada)

(Toninho Almada)

Na semana passada, uma mulher esteve na Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Cibernéticos (Deicc), em Belo Horizonte, para denunciar a injúria racial sofrida pelo filho de 8 anos. As ofensas foram escritas pela madrasta do garoto em um site de relacionamentos na internet.

Queixas como essa são cada vez mais frequentes. “Registramos um aumento de 50%, por ano, dos crimes cibernéticos”, afirma o chefe da Deicc, Pedro Paulo Marques.

Em 2011, foram abertos 819 inquéritos na delegacia, média de 2,2 por dia. De janeiro a agosto deste ano, houve 793, ou 3,2 a cada 24 horas. “Chegamos ao fim de agosto com praticamente a mesma quantidade de investigações de todo o ano passado”, diz o delegado.

Crimes contra o patrimônio, como invasões de contas bancárias, falsos empréstimos e estelionatos lideram o ranking de ocorrências. Mas ameaças e difamações também são comuns. “Grande parte ocorre nas redes sociais, sobretudo o Facebook”, diz Marques.


No mundo
 
Os crimes cibernéticos não se disseminam só em Minas. Em 2006, 519 páginas virtuais com conteúdo criminoso foram denunciadas no país. Em 2011, foram 2.001, um aumento de 285,5%. Os dados estão disponíveis em uma ferramenta lançada mês passado pela SaferNet Brasil, associação civil de pesquisas e projetos sociais para combater violações dos direitos humanos na web.

O endereço eletrônico indicadores.safernet.org.br traz estatísticas da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, que concentra reclamações feitas no site www.safernet.org.br. “É um serviço de utilidade pública em que o denunciante é anônimo. Qualquer internauta pode apontar páginas suspeitas”, diz o presidente da SaferNet Brasil, Thiago Tavares.


Racismo

De janeiro a setembro deste ano, 1.280 páginas virtuais foram denunciadas. Como em 2011, o racismo é o crime que mais gera queixas. “A estimativa é a de que existam mais de 300 células neonazistas em atividade no Brasil, espalhando o ódio racial inclusive pela internet”, diz Tavares.

A pornografia infantil também preocupa e tem vítimas cada vez mais jovens, diz o chefe da Deicc. “Há conteúdo com bebês de 6 meses. Foi preso em Fortaleza o criador de uma página chamada ‘Sim à pedofilia’”, afirma.

   

 

 

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