Pesquisa mineira avalia potencial da serralha no tratamento contra vitiligo

Vivian Chagas (*)
@vivisccp
19/07/2021 às 08:32.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:26
 (Lissa Izabel Ferreira de Andrade-UFLA)

(Lissa Izabel Ferreira de Andrade-UFLA)

Bastante utilizada na zona rural de Minas para fazer chás, sopas e saladas, a serralha também poderá ajudar no tratamento contra o vitiligo – doença não contagiosa que se manifesta na forma de manchas brancas pelo corpo. A presença do aminoácido fenilalanina na planta tem potencial para promover a repigmentação da pele.

Um estudo desenvolvido pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) avalia a possibilidade. Dez pesquisadores participam do trabalho, que está em fase inicial. Ainda são necessários investimentos. A conclusão pode levar de dois a três anos.

Para avaliar o potencial antioxidante da serralha, os testes são feitos no peixe zebrafish, também conhecido como paulistinha ou peixe-zebra. Pelo menos 70% dos genes do animal são semelhantes aos dos seres humanos – número maior que o de camundongos, muito utilizados em pesquisas.

Segundo a responsável pela pesquisa e professora da Escola de Ciências Agrárias de Lavras (Esal) Luciane Vilela Resende, a análise é feita em embriões e larvas do zebrafish no biotério da Ufla.Lissa Izabel Ferreira de Andrade-UFLA / N/A

PESQUISADORAS– Doutoranda Krisnanda Souza e a professora da Ufla Luciane Vilela Resende

Sob a orientação do professor Luís David Solis Murgas, responsável pelo laboratório, extratos da planta, em diversas concentrações, foram aplicados nos aquários.

Os resultados iniciais demonstraram que os extratos da serralha causaram toxicidade nos embriões dos peixes. Porém, também estimularam a capacidade de pigmentação nas larvas.

Os próximos passos dos pesquisadores são estudar o que acontece com a genética do peixe. Luciane Resende está otimista com os resultados, mas, ao mesmo tempo, critica a falta de recursos disponibilizados para a ciência.

“As universidades estão vivendo momentos difíceis com os cortes nas pesquisas. No início, recebemos auxílio do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais). Mas, agora, não mais. Às vezes, temos que utilizar recursos próprios ou da universidade. A pesquisa está à mercê da falta de recursos”, lamenta.

Os órgãos citados foram procurados, mas não retornaram até o fechamento desta edição.

(*) Especial para o Hoje em Dia

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