Pesquisa mostra queda de 10% no número de ciclistas no Centro de BH

Lucas Eduardo Soares
18/10/2019 às 13:42.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:17
 (Riva Moreiria)

(Riva Moreiria)

O número de ciclistas que trafegam pela ciclovia na avenida Bernardo Monteiro, região Centro-Sul de Belo Horizonte, caiu 10% entre abril e julho deste ano. Levantamento feito por um adepto e defensor do meio de transporte com base em um equipamento que contabiliza a passagem das bikes instalado no local, pode ser relacionado ao fim das estações que abrigavam as bicicletas compartilhadas. Os dados deverão ser apresentados à BHTrans em breve. Atualmente, a capital tem apenas 89 quilômetros de ciclovias.

A pesquisa foi realizada pelo funcionário público Cristiano Scarpelli, de 39 anos, que também é integrante da Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em Ciclo). Ele estudou as estatísticas, que começaram a ser produzidas em 2016 quando o contador foi introduzido próximo ao cruzamento com a avenida Afonso Pena, na mesma região.

“Entre as descobertas, foi possível observar um aumento de 27% no número de ciclistas desde aquele ano. Um número muito bom”, disse Cristiano. Além disso, foi possível notar grande fluxo em dias úteis e queda durante as férias escolares. Para ele, isso mostra como as “magrelas” têm boa adesão com os belo-horizontinos. "Mas ainda precisamos de incentivos", completou.

Ainda de acordo com Scarpelli, novos dados com base em clima e outras variáveis deverão ser apresentados na próxima segunda-feira (21) em seu canal "Ciclo Rota BH", no YouTube. “Depois, pretendo levá-los para a BHTrans e propor alguma intervenção", disse.

Veja o vídeo:

Incentivo

Para Guilherme Leiva, professor do Departamento de Engenharia de Transporte do Cefet-MG, a queda de ciclistas no trecho apresenta um recorte “limitado”, mas que o número é importante para se pensar formas de introduzi-los ao trânsito.

“É preciso expandir as ciclovias e tornar o espaço viário mais democrático e menos competitivo para veículos e pedestres”, defende o especialista. Conforme ele, travessias elevadas, mais áreas com velocidade máxima de 30 quilômetros por hora – chamada “Zona 30” – entre outras medidas auxiliariam nesse contexto.

Em nota, a BHTrans informou que chegou a publicar um chamamento público para implantar estações para bicicletas compartilhadas nas nove regiões da cidade, mas que houve interesse somente na Pampulha. A autarquia acrescentou que vai repetir o processo para as oito áreas restantes.

Questionada sobre a expansão das ciclovias, a BHTrans disse que atualmente a capital conta com 89,93 quilômetros. “Atualmente, estão em andamento a revisão de projetos cicloviários, no total de 56 km, e o alteamento da ciclovia da Pampulha”, anunciou.

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