Pesquisadores da Ufla desenvolvem cicatrizante natural

Da Redação
07/12/2018 às 22:05.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:27
 (Rafael Paiva/Ufla Divulgação)

(Rafael Paiva/Ufla Divulgação)

Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas, apostam em um produto natural para cicatrizar feridas, que também poderá se tornar um novo enxerto para a reparação de músculos do corpo humano. Os estudiosos criaram um hidrogel à base de compostos encontrados no ovo e em frutas.

A ideia está sendo desenvolvida há dois anos. Na composição do gel, substâncias como albumina, presente na clara do ovo, e pectina, obtida na laranja e maçã. Coordenador dos trabalho, o professor Juliano Oliveira, do Departamento de Engenharia da instituição, destaca que a matéria-prima é de baixo custo, atóxica e fácil de ser encontrada.

Com essas propriedades, o especialista frisa que o novo produto é biocompatível, ou seja, menos nocivo. “O que colabora para a baixa taxa de rejeição no organismo”.

A proposta, de acordo com a estudante de medicina Caroline de Souza Mendes, de 22 anos, também integrante da pesquisa, é que o produto seja um curativo que não precise ser removido. O benefício pode ser potencializado para pacientes com escaras, feridas que aparecem na pele de quem permanece por muito tempo acamado. “A ideia é que ele fique tempo suficiente para a cicatrização, sendo automaticamente dissolvido e absorvido”.

A universitária afirma que os estudos lançam mão de material macio e confortável, visando a diminuição da dor e do tempo de recuperação do doente. Aliado a esses objetivos, está a incorporação de medicamentos como anti-inflamatórios e antibióticos ao produto, que podem ser liberados de forma controlada no organismo.

Composição do hidrogel criado na Ufla tem albumina, presente na clara de ovo, e pectina, encontrada em frutas como laranja e maçã; proposta visa a tornar o produto um curativo natural que não precise ser removido

Próximos passos

A expectativa é a de que o hidrogel seja testado em animais em 2019. Já a liberação para a venda deve ocorrer em até cinco anos, conforme o professor Juliano Oliveira. Segundo ele, é preciso seguir normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Após verificar o produto em animais, fazer os testes em seres humanos, realizar os ajustes necessários para, depois, patentear e levar para o mercado”, explicou.

Os pesquisadores não descartam ampliar o uso do hidrogel. As possibilidades em diferentes aplicações serão avaliadas após os resultados dos primeiros testes.

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