(Leonardo Morais/Hoje em Dia)
Agentes da Polícia Federal cumpriram nesta quarta-feira (17) mandados de busca e apreensão na Samarco para apurar os danos ambientais provocados na Bacia do Rio Doce por causa do rompimento da barragem Fundão.
Além dos danos, a PF quer recolher dados sobre a responsabilidade da tragédia ocorrida no dia 5 de novembro no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, região Central de Minas. Os mandados judiciais foram cumpridos nas unidades operacionais de Germando em Mariana e de Ubu, no Espírito Santo.
Conforme o órgão, a medida faz parte do processo que investiga o maior desastre ambiental do Brasil, "e tem por objetivo principal a obtenção de dados telemáticos, cuja análise poderá acrescentar informações importantes ao inquérito policial, no esclarecimento do fato em todas as suas circunstâncias".
A Samarco informou, por meio de nota, "que colaborando com a diligência policial, assim como vem fazendo desde o início das investigações das causas do acidente com a barragem de Fundão".
Investigação
Outra investigação está em curso na Polícia Civil, que no último dia 5 cumpriu mandados de busca e apreensão no escritório da Samarco, em BH, e também na sede da mineradora em Mariana
Na ocasião, foram verificados documentos e equipamentos de informática da empresa, além de e-mails e conversas online. O material será usado nas investigações.
Tragédia
A maior tragédia ambiental do país deixou 17 mortos e duas pessoas desaparecidas. Conforme o relatório, 320 mil pessoas foram atingidas. O 'tsunami' de lama que se rompeu da barragem Fundão devastou o distrito de Bento Rodrigues, afetando ainda Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce. Os rejeitos seguiram pelo rio Doce e atingiram mais de 40 cidades no Leste de Minas e no Espírito Santo.
O desastre provocou, ainda, prejuízo de R$ 1,2 bilhão ao Estado de Minas Gerais e aos 35 municípios banhados pelo Rio Doce, atingido pela lama.