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Duas pessoas foram presas, na manhã desta quarta-feira (4), em Governador Valadares, no Vale do Aço, por suspeita de envolvimento com uma quadrilha internacional de narcotraficantes que teria base no Acre. Durante a Operação Joinville 200 policiais cumprem 51 mandados de prisão e de apreensão de bens e material relacionados ao tráfico de drogas.
Segundo informações da Polícia Federal, o grupo comercializava pasta-base de cocaína, que vinha do Norte do país para Minas e seria trocada por automóveis. Os dois suspeitos, identificados como José Marcos Batista Júnior e Ubaldo de Oliveira Neto, seriam os principais responsáveis pelo tráfico do material na região de Valadares.
Existe a suspeita de que o grupo de criminosos tenha ramificação também na Bolívia e no Perú, onde a droga seria processada antes de chegar ao Brasil, mas isso ainda está sendo investigado pela Polícia Federal. Segundo as informações da PF, Minas Gerais era um dos principais destinos do produto depois que saía do Acre.
Os carros comprados legalmente em Governador Valadares eram trocados pela cocaína e levados para o Norte do Brasil, onde a quadrilha os vendia e usava o dinheiro para adquirir mais drogas. Desde o começo das investigações, em 2009, sete automóveis foram apreendidos com traficantes acrianos.
Além das prisões em MG, pelo menos outras 33 pessoas foram detidas nos estados de São Paulo, Acre, Rondônia, Pará e Ceará até o fim da manhã desta quarta. Ao longo do dia, foram apreendidos R$ 34.000, uma pistola .380 com munições, um caminhão no valor de R$ 90.000 e um veículo Chevrolet Captiva.
Os integrantes da organização criminosa devem responder por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, financiamento ao tráfico, dentre outros crimes. Os envolvidos também podem ter todo o patrimônio apreendido.
A quadrilha
A operação começou em março de 2009 a partir de informações do departamento de inteligência da PF. Cerca de 183.6 Kg de cocaína, 2 armas, 32.000 DVD's e U$ 31.000 - trinta e um mil dólares -, além dos sete carros, foram apreendidos nos últimos anos.
De acordo com a Polícia Federal, os traficantes usavam uma empresa agropecuária de fachada e uma fábrica de móveis para acobertar as operações ilegais. O dinheiro arrecadado com os veículos era trocado por dólares no mercado local.
Esta é uma das maiores operações já realizadas no Acre. Durante uma das prisões, no cumprimento de um dos mandados expedidos pela Justiça, a equipe da PF foi recebida com disparos de arma de fogo. O suspeito envolvido na troca de tiros foi preso e deve responder por tentativa de homicídio.