PF desarticula quadrilha que contrabandeava cigarros paraguaios no Sul de Minas e SP

Anderson Rocha
27/02/2019 às 08:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:44
 (Reprodução/ Pixabay)

(Reprodução/ Pixabay)

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quarta-feira (27), 11 mandados judiciais de prisão preventiva, cinco de prisão temporária e 26 de busca e apreensão em cidades do Sul de Minas e de São Paulo. A Operação “Barrica” tem o objetivo de desarticular organização criminosa que praticava contrabando de cigarros paraguaios.

Cerca de 160 servidores públicos federais participam do cumprimento das medidas nas cidades mineiras de Andradas, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Ouro Fino, e nas cidades paulistas de Espírito Santo do Pinhal e Mogi Guaçu. O trabalho tem o apoio da Polícia Rodoviária Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal do Brasil.

Investigações

De acordo com a PF, as investigações duraram cerca de seis meses e apuraram que o grupo criminoso atuava há alguns anos no interior dos Estados de Minas Gerais e São Paulo, realizando a importação e distribuição clandestina de cigarros de origem paraguaia. 

A aquisição dos produtos ocorria diretamente no país vizinho ou na fronteira, sendo realizadas transações financeiras com pessoas residentes em cidades conhecidas como ponto de entrada de contrabando no Brasil. 

Após importar a mercadoria de forma clandestina, os investigados utilizavam uma ampla rede de distribuição, com a peculiaridade de fazer com que os transportadores levassem apenas pequenas quantidades de cigarro de cada vez. Tal estratégia minimizava eventuais prejuízos em caso de apreensão da carga, além de não chamar muita atenção dos órgãos de repressão. A utilização de veículos batedores também era uma característica do grupo. 

A investigação identificou e mapeou a área de atuação dos criminosos, individualizando os locais de seus depósitos e realizando prisões em flagrante de alguns membros da organização.

Os principais integrantes do grupo criminoso possuem diversos registros policiais, mas a pequena quantidade de cigarros que transportavam ocasionava condenações a penas de curta duração. Com a deflagração desta quarta, a quadrilha foi completamente desarticulada.

Mercado grandioso

Estima-se que, semanalmente, o grupo comercializava cerca de 500 caixas de cigarros paraguaios (com 50 pacotes ou 500 carteiras de cigarros cada). Ao longo dos últimos cinco anos, foi identificada uma movimentação de cerca de 130 milhões de reais por parte dos criminosos. Com o produto do crime, os investigados construíram um vasto patrimônio, que inclui carros de luxo, lanchas e imóveis, bens esses que são objeto de sequestro autorizado judicialmente.

Os investigados responderão pelos crimes de contrabando e associação criminosa, podendo cumprir até 8 anos de reclusão, caso sejam condenados.

Ainda segundo a PF, o nome da operação faz referência ao tipo de tonel comumente utilizado na estocagem de vinhos. Andradas, no Sul de Minas, cidade-sede dos criminosos, é conhecida como a “cidade do vinho”, por abrigar diversos estabelecimentos dedicados ao cultivo de vinhas e fabricação da bebida e de suco de uva.

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