(Polícia Federal)
A Polícia Federal indiciou o pastor Cícero Vicente de Araújo, líder da seita “Comunidade Evangélica Jesus, a Verdade que Marca”, pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, organização criminosa, aliciamento de trabalhador e trabalho escravo. Alvo principal da operação De Volta para Canaã, desencadeada na segunda-feira (17), Cícero e outras cinco pessoas foram liberados na última sexta-feira de penitenciárias de Minas e São Paulo. Eles tiveram prisão temporária decretada pela juíza Rogéria Maria Castro de Belli, da 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte. Além do pastor, foram indiciados outras cinco pessoas da cúpula da seita. Entre elas, os vereadores Miguel Donisete Gonçalves, de São Vicente de Minas, e Peterson Andrade Ferracciu, de Minduri, ambos do PTC. Eles são suspeitos de acumular um patrimônio estimado em R$ 100 milhões, oriundo de doações dos fiéis nos últimos dez anos. Com o auxílio de laranjas, os líderes da seita esconderam 12 fazendas e 35 estabelecimentos comerciais, entre postos de combustível, autopeças e restaurantes. Na tentativa de dar fachada legal, os negócios do grupo eram constituídos em forma de associações. O delegado João Carlos Girotto, um dos responsáveis pela investigação, declarou nesta segunda-feira (24) que irá concluir o inquérito em 45 dias e encaminhá-lo para Ministério Público (MP) oferecer denúncia à Justiça. O advogado Leonardo Carvalho de Campos, representante dos seis indiciados, afirmou que a PF não possui provas concretas contra os clientes dele. “Estamos muito tranquilos porque não existem provas de trabalho escravo e lavagem de dinheiro. E esse valor de R$ 100 milhões de patrimônio é exorbitante. Isso não existe”.