PF prende três pessoas investigadas pelo desvio de R$ 1,4 milhão em hospital de Barbacena

Da Redação
21/05/2019 às 18:23.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:45
 (Arquivo/Agência Brasil)

(Arquivo/Agência Brasil)

Uma operação da Polícia Federal, batizada de "Desvia", terminou com três pessoas presas nesta terça-feira (21), sendo elas uma funcionária da Secretaria Municipal de Saúde de Barbacena, no Campo das Vertentes, e dois empresários da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além das prisões temporárias, também foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nos municípios de Belo Horizonte, Contagem, Nova Lima e Barbacena. 

Os presos são investigados pela prática dos crimes de fraude em licitação, de corrupção e de desvio de recursos públicos na aquisição de equipamentos médicos hospitalares em 2015 e 2016 por meio da Secretaria Municipal de Saúde de Barbacena. 

A investigação começou a partir de uma fiscalização realizada pela Controladoria Geral da União (CGU) que revelou um superfaturamento e desvio de R$ 1,4 milhão. O valor teria sido desviado de um montante de R$ 3,5 milhões, liberado pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), para a aquisição de 126 equipamentos hospitalares destinados ao Hospital de Barbacena. 

No entanto, a verba foi utilizada para a compra de apenas 46 equipamentos, resultando no superfaturamento milionário, se comparados os valores da aquisição com os praticados no mercado.  

Além disso, no final de 2016, uma funcionária da Secretaria de Saúde de Barbacena carimbou e assinou nota fiscal fria, simulando o recebimento de um cromatógrafo, aparelho utilizado para a realização de exames laboratoriais. No entanto, o valor da aquisição do aparelho foi de cerca de R$ 656 mil, o que supera em mais de 600% o valor original proposta pelo Ministério da Saúde, que é de R$ 90 mil. 

Durante as investigações, a quebra de sigilos bancário e fiscal revelaram que a funcionária e seus familiares receberam valores em suas contas bancárias, transferidos por pessoas vinculadas à empresa fornecedora de equipamentos. 

Os investigados também tiveram seus bens imóveis, veículos e ativos financeiros bloqueados pela Justiça e, se condenados, podem pegar uma pena máxima de 20 anos de prisão. 

Procurada pela reportagem, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que "a direção do Hospital Regional de Barbacena José Américo (HRBJA), da rede Fhemig, tem a documentação de todos os equipamentos adquiridos pela unidade e está com tudo regularizado, à disposição da Polícia Federal para o que for necessário". 

Já a Prefeitura de Barbacena respondeu, por meio de nota, que "prontamente disponibilizou os documentos e informações solicitados" e que "continuará à disposição das autoridades competentes, para contribuir nas apurações em prol da legalidade e transparência". 

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