Pico da pandemia é novamente adiado em Minas; Estado tem 4% dos leitos ocupados por Covid-19

Anderson Rocha
@rochaandis
16/04/2020 às 19:09.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:17
 (Reprodução/ Instagram)

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A projeção para o pico de contaminação pelo novo coronavírus em Minas foi mais uma vez adiada, agora em mais de 20 dias, passando para 27 de maio. Além disso, o número previsto de pessoas que estarão infectadas ao mesmo tempo pela Covid-19 caiu 23%, chegando a 4200 enfermos. De acordo com o secretário de Estado de Saúde de Minas, Carlos Eduardo Amaral, as notícias são favoráveis e refletem o bom engajamento dos mineiros no isolamento social.

Outra informação importante repassada durante coletiva transmitida pela internet na tarde desta quinta-feira (16), e que contou ainda com integrantes da equipe econômica do governo de Minas, é que, na atualidade, com 33 mortes confirmadas e 958 infectados, 4% dos leitos de terapia intensiva e de enfermaria disponíveis na rede pública de Minas estão ocupados com casos relacionados ao novo coronavírus. O objetivo, segundo Amaral, é continuar o distanciamento até que a rede esteja pronta para atender a todos os casos. Ainda não há prazo para a flexibilização do isolamento.

Ainda de acordo com o chefe da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Minas está em uma situação "satisfatória" no controle ao novo coronavírus. Um dos exemplos, segundo o gestor, é mais esta retardação da data prevista para que ocorra o pico de contágio, ou seja, o momento em que o maior número de pessoas estará contaminado ou com necessidade de atendimento médico devido à Covid-19. A data, estipulada para os dias 3 ou 4 de maio na semana passada, e que anteriormente era em abril, pulou para o dia 27 do mês que vem. 

Além disso, o número de infectados no ápice da contaminação caiu cerca de 23%, passando de 5.500 pessoas acometidas no mesmo dia na antiga previsão para 4.200 infectados em um só período de 24 horas, no dia 27 de maio. "A adesão da sociedade ao isolamento está conseguindo alargar a curva e projetar mais para frente o pico. Isso mostra que Minas Gerais está de parabéns. O cidadão tem conseguido respeitar as orientações para manter um distanciamento social adequado. Está dando tempo para a sociedade, para a estrutura de saúde se adaptar", informou Amaral.

Estrutura é preparada para o pico

Questionado sobre o que falta para que a rede pública esteja pronta para enfrentar o pico de casos em um dia, o secretário de Saúde afirmou que, no momento, toda a estrutura está sendo preparada, com acompanhamento diário, para que o enfrentamento seja o máximo possível "razoável" quando for necessário.

Para que isso ocorra, Amaral explicou que o Estado trabalha em quatro frentes de ação, que incluem comitês intersetoriais para a gestão da crise, além de investimentos em compra de materiais (como respiradores e Equipamentos de Proteção Individual), ampliação de número de leitos e elaboração de planos de atendimento no interior, entre outros.

"Estamos no momento de finalização do plano de contingência para as macrorregiões. O objetivo é que ele seja muito detalhado e mostre quais hospitais serão direcionados para receberem pacientes com a Covid-19 e quais atenderão as demais doenças", disse.

Outro ponto, segundo o gestor, é o recrutamento máximo de leitos na Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), com contratação de recursos humanos. Neste momento, Minas tem 4% dos leitos de enfermaria e UTI ocupados com casos de Covid-19.

Volta ao "normal"

A reabertura gradual do comércio voltou a ser tratada, nesta quarta-feira, durante coletiva da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Segundo a pasta, ainda não há definição de quais setores ou atividades serão submetidos a uma abertura gradual. Na opinião do secretário de Estado Adjunto de Saúde, Luiz Marcelo Cabral Tavares, presente na coletiva, mesmo que a tendência indique uma flexibilização do isolamento, o comportamento do cidadão precisará ser mantido por tempo indeterminado.

"A nossa higiene será uma constante por um tempo prolongado. Nós temos feito estudos com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico para que possamos pensar nisso [flexibilização do isolamento], mas o isolamento social ainda é, por ora, a única solução incontroversa para que nós possamos enfrentar a dispersão desse vírus. Caso isso venha a mudar, será feito de modo ponderado e baseado em critérios técnicos e científicos", completou.

Amaral reforçou que "voltar ao normal" já não significa a mesma coisa do que representou no passado. "O normal, daqui pra frente, é fazer o que nós não fazíamos", disse. O secretário-chefe voltou a pedir que as pessoas respeitem o isolamento.

"Tivemos notícias de pessoas que foram contaminadas em festas. O distanciamento social é fundamental. Não se esqueçam disso. Lavar as mãos, usar as máscaras, manter distanciamento. Eu conto com vocês. Vai trazer benefícios para todos", finalizou.

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