O Ibituruna não é o responsável pelo calor de Valadares. Segundo o ambientalista Henrique Lobo, o município fica dentro de uma depressão e o vento predominante, nordeste, passa a 700 m de altitude. Além disso, há duas barreiras naturais que freiam as frentes frias. “Como moramos em uma cidade onde os raios solares estão a 19 graus de latitude sul, eles batem no solo e são refratados, batem nessa corrente e voltam de novo, gerando um efeito micro-ondas”, afirma o ambientalista. Com a retirada das florestas, aumento da evaporação e incidência dos raios solares sobre o solo, chega-se a temperaturas mais altas. Exportador Para o historiador Haruf Espíndola, que atualmente estuda o processo de ocupação da Mata Atlântica em Minas, dependendo da microrregião, o percentual do que sobra da cobertura florestal nem chega a 4%. “Grande parte é recomposição das últimas décadas, em função da decadência da pecuária”, diz. “Valadares, que já exportou carne, sequer consegue abastecer o mercado interno”, ressalta.