Pilar de viaduto é corroído por xixi e obriga prefeitura a reforçar estrutura

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
25/07/2015 às 08:47.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:04
 (Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

(Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

A combinação de fogueira e urina resultou no desgaste do concreto que reveste os pilares do viaduto Pedro Aguinaldo Fulgên-cio, mais conhecido como “viaduto do Extra”, no bairro Floresta, região Leste da capital. Há cerca de três semanas, a estrutura começou a receber reforço no revestimento e nova concretagem.   De acordo com a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), responsável pelas obras, os danos foram provocados pela ação de moradores de rua que frequentam o local. A previsão é a de que os trabalhos de recuperação dos pilares sejam concluídos no mês que vem e custem, ao todo, R$ 150 mil.   Porém, segundo especialistas do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-MG), os reparos poderiam ter custado menos se a prefeitura realizasse manutenção preventiva e não apenas corretiva. Em 2014, a instituição já havia alertado sobre a deterioração das bases do elevado após estudo feito em seis viadutos de Belo Horizonte.   Conclusão   No caso do Pedro Aguinaldo Fulgêncio, foram observados “eflorescência (marcas de infiltração) em grande parte da estrutura, desplacamento de cobrimento da armadura na base de diversos pilares e também nas laterais, pichações e falta de manutenção”.   “O desempenho de uma edificação fica comprometido pela falta de manutenção, que precisa ser planejada, contínua e preventiva, de preferência. A manutenção corretiva custa muito mais caro”, afirma o conselheiro do Ibape-MG Frederico Correia Lima.   De acordo com ele, o que o fogo e a urina fazem nos pilares é abrir fissuras e trincas no concreto, expondo o aço do interior. Em contato com substâncias externas, esse metal tende a expandir e a comprometer as funções estruturais.   “Esse é um problema recorrente, que sempre acontece por causa da presença dessas pessoas. Mas não constatamos riscos iminentes (no Floresta)”, tranquiliza Lima.   Garantia   Em nota, a Sudecap reiterou que esses problemas não são uma ameaça à população e que “não há riscos quanto às estruturas dos viadutos”, referindo-se a outros elevados da capital. O texto ressaltou também que as obras no viaduto do Extra deverão oferecer resultados mais eficientes dessa vez.   “Esses hábitos dos moradores de rua (fogo e urina) favorecem o desplacamento do concreto, deixando a ferragem propícia à oxidação. Estão sendo feitos tratamentos na ferragem e recomposição do concreto com componentes químicos, tornando-o mais resistente a esse tipo de agressão”, informou a superintendência.   Projeto para ocupar o elevado não saiu do papel   O viaduto do Extra foi um dos quatro selecionados em um concurso de arquitetura realizado pela prefeitura, em 2013, com base na Política Municipal de Aproveitamento de Áreas sob Viadutos (lei nº 10.443). A proposta vencedora previa a criação de um anfiteatro para pequenos espetáculos, lojas e estacionamento de bicicletas.   Mas, conforme o Hoje em Dia mostrou em reportagem de janeiro deste ano, apenas o viaduto Santa Tereza recebe intervenções. O elevado passa por obras de recuperação estrutural e de implantação do Circuito de Esportes Radicais Santa Tereza. Serão investidos R$ 4 milhões no projeto, que tem previsão de ser concluído neste segundo semestre.   Os elevados Cinquenta e Dois (avenida Silva Lobo) e Helena Greco (antigo Castelo Branco) foram os outros escolhidos, mas os projetos também não foram executados.

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