Pilares da alça norte do viaduto serão reforçados antes da liberação da Pedro I

Renata Galdino e Sara Lira - Hoje em Dia
11/07/2014 às 08:26.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:20
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

Apesar de descartar o risco de queda da alça norte do viaduto Batalha dos Guararapes, a Defesa Civil decidiu reforçar as escoras dos pilares de sustentação da estrutura. Isso porque o trânsito na avenida Pedro I será liberado a partir deste sábado (12). Na última quinta-feira, dia da tragédia que matou duas pessoas e deixou 23 feridas em Belo Horizonte, houve um deslocamento dessa alça. O tamanho é incerto. Nessa quinta-feira pela manhã, o engenheiro Nilson Luiz disse que a movimentação foi de aproximadamente dois milímetros. À noite, o engenheiro Eduardo Pedersoli, também da Defesa Civil, confirmou variação de cinco centímetros no que os técnicos chamam de “aparelho de apoio” –a estrutura que faz parte da “cabeça do pilar” do viaduto.

Desde o dia do desabamento a alça norte vem sendo monitorada diariamente, de hora em hora. De lá para cá, segundo Pedersoli, não foram constatadas novas ocorrências.

De forma preventiva, explica o especialista, está sendo feito o reforço do escoramento do viaduto para evitar sobrecarga nos pilares de sustentação. Vale lembrar que o afundamento de um dos pilares – ainda não se sabe o porquê – foi o que provocou a queda do viaduto.

“Com trânsito liberado há o impacto de carros, ônibus e caminhões no asfalto. Esse procedimento (reforço no escoramento) dá mais segurança”, disse Pedersoli. O engenheiro garantiu que é seguro liberar a via assim que o pavimento for recuperado, e que haverá sinalização no local.

“Na questão do deslocamento horizontal, existe uma pequena variação. Mas isso já é esperado porque a estrutura está submetida a dilatação do concreto. É uma parte móvel para suportar esses atritos com veículos, frenagem, aceleração”, explicou Nilson Luiz.

O presidente do Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG), Frederico Correia Lima, disse que a movimentação não oferece riscos. “O tabuleiro fica apoiado em cima do pilar e avança um metro para além dele. Quando o outro viaduto caiu, as duas estruturas esbarraram e isso fez com que o elevado que continua de pé se movimentasse. Mas a estrutura continua com segurança”.

TESTE

Técnicos da Defesa Civil fazem nesta sexta-feira (11) uma inspeção cautelar nos edifícios mais próximos ao viaduto para avaliar possíveis impactos da retirada dos escombros feita até essa quinta-feira (10). Se não houver impedimentos, neste sábado uma empresa especializada em demolição fará um teste no local, com tecnologia de baixo impacto, para cortar os 50 metros restantes da alça do viaduto que desabou na última quinta-feira, na área mais próxima a um condomínio. Somente após esse teste haverá a decisão sobre a remoção ou não das famílias para a continuidade dos trabalhos.

A área delimitada pela Polícia Civil para a perícia que vai apontar as causas da tragédia não será desrespeitada, segundo o engenheiro Eduardo Pedersoli.

Escombros serão fatiados

De acordo com a Defesa Civil, o corte do concreto é feito com um fio diamantado, que produz menos barulho e poeira. “É como se fosse fatiar o viaduto”, explicou o engenheiro Eduardo Pedersoli. Depois de fatiados, os blocos serão içados por guindastes e transportados por caminhões até bota-foras. 

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