PM envolvido em tiroteio na boate Jolie seria segurança da casa e alvo dos disparos

Mariana Durães
mduraes@hojeemdia.com.br
03/07/2018 às 12:30.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:10
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

A Polícia Civil esteve, na manhã desta terça-feira (3), na boate onde ocorreu um tiroteio que deixou um morto e seis feridos no bairro Itapoã, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. O caso aconteceu na madrugada de segunda-feira (2).

Na visita, o gerente do estabelecimento foi ouvido. “Já estamos com as gravações e registros de consumo daquela noite. Vamos verificar o movimento e se os demais suspeitos, que foram presos ontem (na segunda), estavam no local antes e na hora do crime”, afirmou o chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rogério de Melo Franco.

O caso

De acordo com a Polícia Militar, funcionários da casa disseram que houve uma briga dentro do estabelecimento e, após a confusão, um grupo de pessoas foi expulso pelos seguranças. Um dos envolvidos, identificado como Pedro Henrique Vitor Silva, de 20 anos, teria dito que “haveria volta”, referindo-se a uma possível vingança. Quando a boate estava fechando, ele retornou armado, encapuzado e disparou contra quem estava na porta. Um policial militar que estava no local à paisana reagiu e matou o atirador. O PM foi ferido na perna e passa bem.

O chefe do DHPP, no entanto, afirmou que não descarta a possibilidade de desavenças anteriores entre o jovem e o policial militar. “Era um local que ele já frequentava e vamos verificar a assiduidade disso também. O gerente disse que no dia, diferente do que é comum, nada foi informado para ele sobre brigas no local”, explicou. 

Ainda conforme o delegado, o policial envolvido na ocorrência, que estaria de férias, atuava como segurança na boate e seria o alvo dos disparos. Ele trabalharia para uma empresa, contratada recentemente pela casa. De acordo com as regras da corporação, no entanto, “fazer bicos” nessa função é uma prática proibida, explicou o delegado. O nome do grupo que prestava os serviços, porém, não foi informado pela PC.

Em um primeiro momento foi dito que Pedro Henrique Silva teria ido até sua casa buscar a arma do crime. Os investigadores, por outro lado, acreditam que é improvável que isso tenha acontecido. A suspeita é de que o revólver estaria nas proximidades, em um carro, por exemplo. Os outros dois suspeitos presos na segunda-feira (2) e o adolescente de 16 anos, que foi conduzido ao Ministério Público, já foram liberados. 

Agora a investigação prossegue para esclarecer a dinâmica real dos fatos. Assim que possível, dependendo do estado de saúde, o policial será chamado para prestar depoimento.

Polícia Militar

Sobre a alegação de que um policial militar estaria trabalhando como segurança em uma empresa que presta serviço à boate, a corporação informou através da assessoria de comunicação que desconhece essa versão dos fatos. E afirmou que, ao ser comunicada oficialmente pela Polícia Civil sobre o assunto, vai encaminhar o caso para a corregedoria da Polícia Militar apurar a informação do vínculo empregatício de um PM com a empresa de segurança e a boate.

Situação dos feridos

Segundo a assessoria de comunicação do hospotal Risoleta Tolentino Neves (HRTN), o motoboy de 29 anos que foi baleado na porta da boate no bairro Itapoã, na região da Pampulha, segue internado em estado grave. Uma outra vítima, de 24 anos, também permanece internada, mas segue apresentando melhora.

Ainda segundo a assessoria do HRTN, o policial envolvido no tiroteio foi transferido em estado estável para o hospital Militar na região Leste de Belo Horizonte.

Outras três pessoas também ficaram feridas. Um homem de 48 anos que foi transferido para o hospital da Unimed, e outros dois de 26 e 29 anos que já receberam alta médica.

O altor dos disparos, de 20 anos, não resistiu e morreu.

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