A onda de ataques contra coletivos na Região Metropolitana de Belo Horizonte prosseguiu nas últimas horas com mais cinco ônibus queimados. As ocorrências, conforme a Polícia Militar, foram registradas entre às 21 horas de segunda-feira (14) até à 00h23 desta terça-feira (15). Com isso, o número de veículos destruídos por bandidos desde à noite de domingo (13) subiu para 10.
Após os atentados, um suspeito de 21 anos - apontado como o articulador dos atos violentos - foi preso em flagrante na rua Otaviano Fabri, na Vila Sumaré, região Noroeste da capital. Segundo militares do 34º Batalhão, o homem, que atende pelo apelido de "Coquinho", confessou participação nos ataques.
Ele relatou que todos os atentados foram ordenados pelo traficante "Natureza", que está foragido em Mário Campos, na Grande BH. O motivo, conforme o rapaz, seria a morte de um infrator no último dia 1º. No celular do suspeito os policiais encontraram uma mensagem com os dizeres: "O motivo de estarmos colocando fogo nos ônibus é pelas covardias que estão sendo feitas com os irmãos do Sarzedo. Estamos fechados com todas as comunidades (sic)".
A mesma mensagem foi deixada nos ônibus iqueimados. Os coletivos alvos dos criminosos foram incendiados nos bairros Independência, Cachoeirinha e Barreiro, em BH, além de Betim e Sarzedo, na Grande BH. Ninguém se feriu nas ocorrências.
Reincidente
Com "Coquinho" foi apreendido, além do aparelho telefônico com várias mensagem comprometedoras, uma pistola Taurus .40 carregada com sete munições. O jovem, de acordo com a PM, já tem passagem pela polícia por tráfico, porte ilegal de armas e receptação.
Dois homens que atendem pela alcunha de "Chiquinho" e "Mutley" estão sendo caçados por participação nos atentados das últimas horas. O suspeito preso foi levado para a Central de Flagrantes (Ceflan) 1, onde a ocorrência foi registrada.
Vandalismo e prejuízo
Somente em Belo Horizonte, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros(SetraBH), dez ônibus foram queimados por vândalos desde o início do ano. Os registros já superam todas as ocorrências contabilizadas no ano passado, quando oito veículos foram incendidados, e é recorde desde 2010.
Cada coletivo destruído deixa de atender, em média, 500 usuários por dia útil. Além disso, cada ônibus custa R$ 360 mil e demora aproximadamente 150 dias para ser substituído.
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